AraguaínaDestaque

Sindicato dos médicos aciona MPF por problemas no HDT de Araguaína e cita só 1 plantonista

O Sindicato dos Médicos no Estado do Tocantins acionou o Ministério Público Federal (MPF), com um pedido de providências, em razão de falhas na gestão e de más condições de trabalho aos profissionais que atuam no Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT), que é gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).

O documento foi protocolado na Procuradoria da República em Araguaína, nesta segunda-feira, 6 de maio. Nele, o sindicato lembra que em 2022, o corpo clínico da unidade relatou uma dezena de irregularidade no atendimento hospitalar, decorrente, principalmente, da falta de profissionais para os plantões adultos, realizados 24h por dia nos 7 dias da semana.

O principal impacto é a falta de profissionais especialistas para o fechamento da escala de plantão. Segundo o corpo clínico, um único plantonista é responsável por atender todas as intercorrências dos pacientes internados nas três alas do hospital – a semicrítica, a de demandas espontâneas na porta do hospital e avaliação no setor Hospital Dia (exames e medicação).

Entre os pontos, há sobrecarga de funções, o que resulta no direcionamento de especialistas em clínica médica para suprir outras áreas sem profissionais, caso da pediatria.

“O HDT é um hospital terciário que possui 3 andares com 3 Alas de internação, fora isso ainda possui mais 1 setor de Hospital Dia onde são feitas medicações, uma ala semicrítica com 3 leitos (muitas vezes com pacientes intubados), setor de regulação e pronto atendimento. E por mais absurdo que pareça frequentemente é colocado apenas 1 profissional médico para ficar responsável por todas essas alas, por todos os pacientes internados, regulação e mais pelo pronto atendimento, sendo que o perfil de pacientes do hospital são doenças infectocontagiosas graves, pacientes portadores de HIV em estágio AIDS, COVID, Meningite, Tuberculose, Influenza, sendo frequente que esse único plantonista tenha que escolher em quem salvar em eventuais intercorrências durante o plantão. Inúmeras tentativas de diálogo com a direção e superintendência do Hospital foram tentadas por vários profissionais médicos sem sucesso”, relatou um médico do hospital.

O presidente do Simed-TO, Dr Reginaldo Abdalla, afirma que, em razão da competência ministerial, pediu ao órgão que adote medidas para coibir as práticas relatadas dentro do hospital. “São práticas lesivas, ilegais e causam transtornos à equipe médica, violam os direitos constitucionais e trabalhistas e acarretam em prejuízo na qualidade dos serviços prestados à população”.

Fonte: AF Noticias