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Taxa de mortalidade na UTI do Hospital Regional de Araguaína atinge 50% e expõe crise na gestão

A UTI pediátrica do Hospital Municipal de Araguaína apresenta uma taxa de mortalidade considerada baixa para a medicina, apenas 6%, mesmo enfrentando desafios de alta complexidade como o pós-operatório de cirurgias cardíacas pediátricas. Desde abril de 2018, quando houve a implantação da UTI, o hospital já realizou 4.113 cirurgias.

Por outro lado, na UTI geral do Hospital Regional de Araguaína (HRA), a taxa de mortalidade atingiu o percentual alarmante de 50%, sob a gestão de uma empresa terceirizada. O índice está muito acima da realidade vivenciada durante a devastadora pandemia de Covid-19. Portanto, a situação é gravíssima!

No período crítico da pandemia, quando a doença apresentava altíssima letalidade, o Ministério da Saúde estabeleceu uma meta de mortalidade aceitável em 50% para contextos extremos, mas o Tocantins conseguiu se destacar com uma média de 30% no cenário nacional. Agora, em 2024, a situação se agravou, e muito.

Na última terça-feira (25/6), o Ministério Público do Tocantins acionou a Justiça com pedido de afastamento da empresa Queiroz e Lima Plantonistas e Socorristas SC/LTDA, visando a retomada do controle do serviço pelo governo estadual.

Durante fiscalização na UTI do HRA, a Promotora de Justiça Bartira Silva Quinteiro constatou problemas gravíssimos como a falta de medicamentos, materiais, insumos; insuficiência de profissionais, atraso no pagamento de servidores e fornecedores, e racionamento de itens básicos, como fraldas, luvas, gaze, antibióticos e até lençóis, resultando em graves prejuízos à assistência dos pacientes internados.

Taxas de mortalidade subindo…

O mais grave é que, segundo o MPTO, os problemas têm repercutido diretamente no crescimento da taxa de mortalidade, que subiu de 39% (em novembro de 2023), quando a empresa terceirizada assumiu os serviços, para 50,22% (em abril de 2024) e 50,9% (em maio de 2024). Isso significa que metade dos pacientes da UTI do HRA não sai vivo do tratamento.

Secretário da Saúde precisa agir!

Essa taxa alarmante levanta uma questão urgente sobre a eficácia da terceirização e dos padrões de cuidado na UTI, bem como da capacidade de gestão do secretário estadual da Saúde, Carlos Felinto Junior. Medidas urgentes precisam ser tomadas!

A elevada taxa de mortalidade na UTI do HRA não só coloca em risco a vida dos pacientes, como também afeta o trabalho dos profissionais de saúde, que se veem impotentes em um ambiente onde as estatísticas de sucesso são tão desfavoráveis.

O caso também reforça a necessidade de transparência e de melhores práticas de governança em hospitais públicos, assegurando que os pacientes recebam o melhor cuidado possível em momentos de vulnerabilidade extrema.

À medida que a Justiça avalia o pedido do MPTO, a comunidade de Araguaína aguarda ansiosamente por melhorias que possam restaurar a confiança no sistema estadual de saúde, especialmente em serviços tão vitais quanto as unidades de terapia intensiva do HRA.

Fonte: AF Noticias