Coligação de Jorge denuncia Wagner por suposto abuso de poder na contratação de servidores
A Coligação Araguaína Pode Mais, do candidato Jorge Frederico, registrou uma denúncia ao Ministério Público Eleitoral (MPE) contra o prefeito de Araguaína e candidato à reeleição Wagner Rodrigues (União Brasil), apontando que o mesmo aumentou cerca de 3 mil servidores à folha de pagamento da prefeitura neste ano de 2024, mesmo sem a criação de novas secretarias desde janeiro.
Conforme a denúncia, só em relação aos contratos o aumento girou em torno de 2.500, cerca de 33% a mais de servidores contratados em seis meses do ano eleitoral, caracterizando abuso de poder político, segundo a coligação de Jorge.
Os servidores municipais, no início deste ano, somavam 5.199, de acordo com o Portal da Transparência do Município. Com as nomeações, passaram para 7.691 em junho. A folha de pagamento dos servidores de Araguaína saiu de mais de R$ 15,5 milhões para R$ 21,6 milhões, aumento de mais de R$ 6 milhões mensais. O valor pago com o aumento da folha somará R$ 30 milhões até o final deste ano.
“O nosso pedido é para evitar o desequilíbrio do pleito eleitoral, já que o correto seria a realização de concurso público, o que evitaria esse tipo de ação ilegal“, declarou o representante da coligação, José Ferreira Barros Filho.
Contratações fora do prazo legal
Além do número de contratação desde o início do ano de 2024, a denúncia ainda aponta que a gestão de Wagner Rodrigues infringiu a lei e contratou fora do prazo estabelecido pelo art. 73 da Lei das Eleições (Lei n. 9.504/97), três meses antes das eleições, pelo menos 5 pessoas, entre assessores técnicos, auxiliares de serviços gerais e diretor.
A denúncia traz também que pode haver mais casos ilegais e pede uma investigação do MPE.
De acordo com a coligação, com o valor de investimento pago aos novos contratos daria para construir entre 300 e 425 casas populares no valor de aproximadamente R$ 70 mil cada.
Uma delas poderia ser da doméstica Maria Vilani Herculano, de 52 anos, que atualmente mora de aluguel no Setor Santa Terezinha. Há vários anos ela tenta ser contemplada com uma casa popular. “Eu preciso trabalhar mesmo sem poder para comprar a medicação do meu tratamento, porque são caros. Meu sonho é poder sair do aluguel e ter minha própria casa. Já me inscrevi no Município, mas até hoje não saiu“, afirmou a doméstica.
O valor também daria para contratar mais de 500 médicos ganhando o teto salarial pago no Brasil de R$ 11 mil ou 200 médicos especialistas como neurocirurgiões, com valor de salário médio de R$ 30 mil; na cultura do município, poderiam ser realizados 30 eventos, que movimentam toda a economia da cidade, custando R$ 1 milhão cada.
Com esses mais de R$ 30 milhões daria ainda para revitalizar as avenidas municipais do Daiara (Distrito Agroindustrial de Araguaína), investir na infraestrutura da cidade sem ter que fazer empréstimos e ainda usar esse dinheiro para financiar estudantes para ingressar nas universidades por meio do Crédito Educativo.