Em palestra, médico renomado diz que morte de professor da UFNT poderia ter sido evitada

No 1° Congresso Tocantinense de Cirurgia, realizado em Araguaína, neste sábado (12/10), o renomado cirurgião torácico, Dr. Antônio Oliveira dos Santos Júnior, ministrou uma palestra impactante sobre Trauma Torácico. O evento, que reuniu especialistas da área da saúde, trouxe à tona debates importantes sobre as melhores práticas para tratamento de emergências envolvendo o tórax.

Em sua apresentação, o médico fez uma comovente homenagem ao Professor Pós-Doutor Luciano Fernandes Sousa, da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT), que faleceu em 15 de setembro de 2023. O professor Luciano havia se casado apenas 33 dias antes de seu falecimento e deixou um filho.

Na palestra, o cirurgião relembrou o trágico acidente que vitimou o professor e destacou detalhes dramáticos do ocorrido, reforçando a necessidade de uma intervenção adequada em situações de trauma.

Segundo o Dr. Antônio Oliveira, o professor Luciano sofreu um grave trauma de traqueia após um acidente, mas, apesar da gravidade, conseguiu acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) por conta própria. Ele chegou ao Hospital Regional de Araguaína (HRA) caminhando, mas, lamentavelmente, faleceu ainda na Sala Vermelha da unidade. De acordo com o cirurgião, a morte do professor poderia ter sido evitada com um procedimento simples para preservar as vias aéreas.

O caso gerou comoção entre os presentes no Congresso, além de levantar discussões sobre a necessidade de que os médicos tenham noções gerais sobre procedimentos de emergência, a fim de evitar que tragédias como essa voltem a ocorrer.

Morte sob investigação

A trágica perda do professor Luciano Fernandes Sousa está sendo investigada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Estado. As investigações apontam que o cirurgião torácico, que deveria estar de plantão presencial no dia do acidente, não estava no hospital e não prestou o atendimento necessário, o que pode configurar homicídio doloso, já que o profissional teria assumido o risco da morte do paciente ao ausentar-se da unidade. Além disso, o médico que estava na Sala Vermelha do HRA é investigado por homicídio culposo, devido à possível imperícia ao não preservar as vias aéreas do professor durante o atendimento.

O que dizem os familiares

Procurada para comentar a menção ao caso do professor, a viúva Lorena Silva Feitosa, disse que “a fala Dr. Antônio é muito importante para corroborar o que percebemos no dia e estamos tentando mostrar às autoridades, que a morte do Luciano não foi um acidente, que poderia ter sido evitada e que mudanças de procedimento precisam ocorrer para que ninguém seja tratado de forma errada, como foi feito com ele”, além do que “os fatos narrados podem auxiliar nas investigações em curso e deverão servir de base para as denúncias que estão prestes a ser formalizadas junto ao Poder Judiciário”.