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CEM Paulo Freire fecha ensino noturno para manter bons índices; Seduc nega e diz que havia pouca demanda de alunos

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Prestes a iniciar o ano letivo na rede estadual de ensino, alunos e professores do Centro de Ensino Médio Paulo Freire, em Araguaína, foram pegos de surpresa com a notícia de que não haverá mais ensino noturno na unidade.

O noturno atende principalmente jovens e adultos que, em decorrência de emprego ou outras ocupações, ficam impossibilitados de frequentar a escola nos períodos matutino e vespertino. Por esta e outras razões, os índices de repetência e evasão escolar são maiores no noturno, bem como prejudica os resultados nas avaliações externas. Conforme informações apuradas pelo AF Notícias, essa polêmica decisão pode ter sido tomada em concordância com a própria direção da unidade visando melhorar, e manter, os bons índices de aproveitamento internos e externos, principalmente no ENEM e Vestibulares. Para tanto, justificaria a medida de não ofertar mais o ensino noturno.  A reportagem tentou contato com o diretor Joaquim Rodrigues Alves Neto Nunes, deixou recado, mas ele não retornou a ligação para comentar o assunto.

A medida também não foi bem recebida pelos professores da unidade. Segundo eles, um documento já foi elaborado e encaminhado à Diretoria Regional de Ensino e Secretaria Estadual de Educação. Outra preocupação dos docentes é quanto à insuficiência de turmas para completar a carga horária, 40 horas/aula.

Nota oficial

Em nota enviada ao Portal AF Notícias, a Secretaria Estadual de Educação informou que o motivo do fechamento do ensino noturno se deve a pouca demanda de alunos. “O noturno não irá funcionar devido a pouca demanda de alunos, estes foram transferidos para o CEM Polivalente Castelo Branco”, afirma.

A medida ainda tem a finalidade de reduzir custos, segundo a Seduc. “Tendo poucas turmas não justifica os gastos para manter um turno em funcionamento”, disse a nota.

Outra polêmica

O fechamento de turmas no CEM Paulo Freire provocou uma mudança em outro Centro de Ensino Médio. Apesar das aulas se iniciarem na próxima segunda-feira (04), ainda há muitas indefinições nas escolas de Araguaína. Na tarde dessa quinta (31), os professores do CEM Castelo Branco receberam a notícia do fechamento das quatro turmas que funcionavam no turno vespertino.  Mais uma vez a justifica é o corte de gastos.

Conforme argumentam os professores, a escolha dos pais e alunos de matricular-se no CEM Castelo Branco deve ser respeitada. “Vivemos em um país democrático. As pessoas são livres para escolher onde querem estudar. O Estado não pode fazer imposições mudando os alunos de escola e deixando-os mais longe de casa”, questiona professor Delan.

O Diretor Regional de Ensino de Araguaína, Jorge Luiz Medeiros, esteve na unidade de ensino comunicando a decisão e garantiu que os professores não terão prejuízos salariais. Segundo ele, os professores que não completarem sua carga horária em sala ficarão trabalhando em projetos na própria unidade de ensino. “O Governo irá manter a mesma carga horária do ano passado”, disse.

Ainda conforme os profissionais, uma manifestação já está prevista para a próxima segunda-feira, 04, juntamente com alunos, pais e professores.

(Arnaldo Filho)