Estado

Pró-Saúde diz que atendimento nos hospitais é satisfatório e nega que Dianópolis seja “bomba-relógio”

Divulgação

O diretor operacional da Pró-Saúde, Marcus Henrique Wächter, negou ao CT que o Hospital Regional de Dianópolis ou qualquer um dos outros 16 administrados pela organização estejam em situação precária, como afirmou ao portal nessa sexta-feira, 20, o presidente do Sindicato dos Profissionais da Enfermagem do Estado do Tocantins (Seet), Ismael Sabino da Luz. “Temos problemas, mas o atendimento é satisfatório dentro da realidade que temos e da estrutura de cada unidade”, afirmou Wächter.

Sobre o hospital de Dianópolis, que o presidente do Seet classificou como uma “bomba-relógio”, o diretor da Pró-Saúde garantiu que a unidade recebeu investimentos em infraestrutura física, em melhorias nas condições de trabalho e até aumentou o volume de atendimento.

Wächter afirmou que a Pró-Saúde mantém na cidade uma excelente relação com os profissionais de enfermagem da unidade. Contudo, lembrou que existem dois tipos de relação trabalhista: a estatutária, para servidores públicos, e a celetista, para a iniciativa privada. No caso da organização social, a relação se dá pela CLT. Assim, explicou, os funcionários da Pró-Saúde não recebem diárias – uma reclamação do Seet -, o que é prática do poder público, porque na iniciativa privada não se paga diária, mas, sim, os custos de viagem, quando necessário o deslocamento. “Se o funcionário tem que ir a outra cidade, pagamos suas despesas de transporte, alimentação e hospedagem, mas não pagamos diária porque isso não existe no mundo privado. Nós cumprimos literalmente o que diz a lei”, garantiu o diretor.

Foto: Elton Elias/CT
Diretor da Pró-Saúde, Marcus Henrique Wächter

Em relação aos hospitais do interior, Wächter lembrou que eles já enfrentavam problemas de abastecimento antes de serem administrados pela organização social, até pela burocracia imposta pela Lei 8.666, a Lei das Licitações.

Ele negou a afirmação do Seet de que a Pró-Saúde teria coagido enfermeiros em função de coordenação ou supervisão a pedir demissão para serem contratados pelo Estado por salário menor. Segundo Wächter, são dois casos de remanejamento de pessoal como resultado da mudança da administração do Hospital Geral Público de Palmas (HGPP). No primeiro caso, o Estado está contratando profissionais que trabalham na organização social para atuarem na unidade, assim eles estão demissionários pela Pró-Saúde para serem contratados pela Secretaria Estadual de Saúde. Mas Wächter garantiu, e apresentou ofício encaminhado ao governo, que esses trabalhadores não se demitiram, mas foram demitidos, receberam aviso prévio e receberão todos os direitos trabalhistas.

Outro caso é o de transferência de supervisores que não serão aproveitados pelo Estado no HGPP para outras unidades da Pró-Saúde no Tocantins. A organização social também apresentou documentos que mostram que ela oficializou o governo sobre esse remanejamento de pessoal. Acontece que esses profissionais não serão contratados pelo governo e, ao mesmo tempo, não podem, até legalmente, atuar no atendimento geral tendo cargos de supervisores.

Resposta à opinião pública
Wächter contou que a Pró-Saúde atua há 43 anos no mercado, em vários Estados, e que já teve outra passagem pelo Tocantins, entre 1995 e 2002, quando administrou o antigo Hospital Comunitário, na Capital. “Nosso maior patrimônio são as pessoas e a nossa imagem”, disse.

No caso da crise do mês passado que, como consequência, a Pró-Saúde deixou de administrar o HGPP, Wächter avaliou que o governo se viu obrigado a fazer esta mudança para dar uma resposta à opinião pública. Segundo ele, essa alteração foi muito conversada “antes, durante e depois” da crise.

Para Wächter, o HGPP tem uma grande importância não só para Palmas, mas para o Tocantins e até Estados vizinhos. Porém, foi subdimensionado, e até por isso que o projeto do hospital prevê que ele venha futuramente a dobrar de tamanho. “Dessa forma, há uma dificuldade de acomodar as pessoas”, defendeu. Contudo, garantiu que, por mais cheio que o hospital esteja, sempre há o atendimento.

O diretor da Pró-Saúde ainda avaliou que falta uma rede que trabalhe de forma integrada para não permitir que todo tipo de atendimento vá para o HGPP, quando a unidade só deveria ficar com os casos mais graves.

Na crise do mês passado, Wächter disse que também houve o que chamou de “muitos problemas fictícios”. “Muitos problemas foram criados”, afirmou. “Para resolver os problemas de saúde temos que nos despir de outros interesses.”

Wächter garantiu que a intenção da Pró-Saúde é agregar esforços com poder público e sociedade para melhorar o sistema de saúde do Estado.

(CleberToledo)