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Álbum de Fiuk vai ter músicas guardadas há anos e rejeitadas por gravadoras: ‘Durante muito tempo, fiquei inseguro’

Fiuk chorou e se desculpou muito em sua participação no “Big Brother Brasil 21”. No programa, ele nunca escondeu a dificuldade que tinha de se aceitar. E sempre aproveitou para dizer como estava crescendo ali. O resultado musical dessa jornada vai vir até o final do ano: um álbum com canções que ficaram guardadas por anos.

“Esse CD está um pouco variado. Durante muitos anos, eu fiquei um pouco inseguro de lançar as coisas que eu escrevi. Então, com esse álbum, vai ser a primeira vez que vou colocar essas músicas que têm tanto tempo”, diz o cantor em entrevista ao G1.

“Eu ia mostrar, às vezes, músicas para presidentes de gravadora e eles falavam: ‘pô, mas isso aqui não vai entrar no mercado’. E eu falava: ‘cara, não é questão de entrar no mercado, é questão de ser eu’.”

 

Bombar a carreira musical era uma das metas de Fiuk ao entrar na casa. Antes de ir, ele deixou afinadas seis músicas inéditas para serem lançadas durante o programa. A equipe lançou apenas uma, “Amor da minha vida”, sua música mais ouvida nas plataformas de streaming desde fevereiro.

Capa do single 'Amor da minha vida', de Fiuk — Foto: Reprodução

Capa do single ‘Amor da minha vida’, de Fiuk — Foto: Reprodução

No começo do mês, ele lançou o pop romântico “Big Bang”, que aproveita a temática do programa e a participação de dois amigos do confinamento: Gil do Vigor e Lumena. “Eu tenho 5, 6 amigos com quem sempre escrevo. Quando entrei, falei pra eles ‘fiquem escrevendo aí e, se surgir alguma coisa, a gente finaliza quando eu sair. Então eles começaram a escrever e eu finalizei”, explica.

As outras ficaram guardadas e vão completar o novo álbum, que ele garante disponibilizar “ainda este ano”. As antigas, guardadas no fundo do armário, e as novas, pensadas para aproveitar a fama pós-programa, compõem o mosaico Fiuk, sem medo de julgamentos ou do mercado.

“Esse ‘BBB’ foi um gatilho muito forte para me desprender. Eu tinha tanto medo de tanta coisa e, lá dentro, quebrei tantos medos, tantas loucuras que eu tinha na minha cabeça, que agora está muito mais fácil de me aceitar, me pegar no colo.”

“De entender que, sim, eu gosto de fazer as músicas que eu faço, eu escrevo as letras que eu escrevo e não tem problema nenhum nisso, né.”

 

Essas músicas que ele faz são muitas e se dividem entre pop, romântico, samba e samba rock. São muitas canções de amor, mas não só.

“Eu tenho muita música e, durante um bom tempo, até meu próprio pai ou amigos questionavam isso. Falavam ‘pô, mas e aí, qual é a tua parada? Eu demorei um tempo, fiquei anos compondo, bota uns 8 anos compondo toda semana para achar uma linha mesmo”, conta.

A insegurança é uma velha companheira do cantor – e motor para criar. Antes mesmo de entrar no programa, ele achou poderia colocar tudo a perder e até deixou uma justificativa gravada.

“Eu tinha tanto medo de estar fazendo tudo errado que eu tinha feito uma música antes de saber das coisas que chama ‘Por que eu faço tudo errado’. E aí meu empresário falou: ‘Calma, se dá a chance, cara, você não faz tudo errado’. E ele me convenceu a não lançar essa música. Provavelmente vai entrar no álbum.”

 

Todo o medo não se transformou em culpa. Criticado algumas vezes e alvo de memes em outras por sua participação no reality, o cantor diz que até faria coisas diferentes se pudesse entrar na casa de novo, mas não se culpa por algo que tenha feito lá dentro.

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A participação no “BBB” também ajudou Fiuk a diversificar seu gosto. “Saí de lá gostando de pagode, funk, sertanejo, que eu escutava, mas não tinha apego. Estou [escrevendo] meu quarto sertanejo. Eu não sei o que vou fazer com as músicas ainda, não fiz com objetivo nenhum.”

Todos esses projetos musicais não significam o fim da carreira de ator. Ele tem dois filmes prontos e um terceiro projeto misterioso na gaveta.

Hori de volta?

 

A banda Hori, com Fiuk ao centro, de roxo. — Foto: Divulgação

A banda Hori, com Fiuk ao centro, de roxo. — Foto: Divulgação

No fim dos anos 2000, Fiuk liderou a banda Hori. No auge do movimento emo, das calças coloridas, cabelos escorridos e letras sofridas, eles rodaram festivais de rock arrastando fãs.

No programa, Fiuk falou sobre a importância que os festivais tiveram na sua formação como músico e da falta que a “cena” do rock faz para artistas do estilo. Ao G1, ele conta sobre o impacto pessoal.

“Foi muito difícil, para mim, ver a cena toda indo embora, sabe. E eu nasci dali, eu vim dali, é muito forte, não nem para explicar em palavras o quanto é importante um festival de rock ou aqueles festivais de banda que a gente tinha sempre. Então eu sofri muito, foi um baque na época.”

“Mas ao mesmo tempo agora, ver Machine Gun Kelly e uma galera bem massa chegando com a influência dessa geração de bandas é um presente pra mim.”

Para este CD, ele conta com a ajuda de dois nomes de outra banda muito famosa naquele período: Caco e Gê, da NX Zero. Eles são responsáveis pela produção de algumas músicas. E também pelo conforto de trabalhar em equipe, diz o cantor. “Sempre trouxe comigo essa sensação de fazer junto as coisas, ensaiar. Eles me fazem muito bem, acho saudável poder dividir esses momentos.”

“Eu não sei se vai ter Hori, eu não sei o que vai ser, mas em algum momento não vai ter jeito porque esse negócio de banda realmente grita muito em mim.”

Fonte: G1 Pop & Arte