Alta dos combustíveis reflete no valor das passagens aéreas e empresas de turismo tentam não perder clientes

Janaina Cavalcanti é dona de uma agência de turismo e diz que muita gente ainda está comprando pacotes, mas já se organiza para não perder as próximas vendas. “É aquela demanda reprimida. As pessoas que estavam muito tempo dentro de casa. Tem gente que desde quando começou a pandemia não sai. Essa demanda aumentou muito. A gente tem investido em aplicativos e sistemas que rastreiem a menor tarifa”, disse.

Segundo dados da Infraero, mais de 53 mil pessoas já passaram do aeroporto de Palmas nos três primeiros meses deste ano. Por causa da alta procura e do preço dos combustíveis e de outros fatores, a tendência é que as passagens aéreas fiquem mais caras.

O economista Willian Dias explica que os viajantes vão notar a diferença. Com a alta, as muitas pessoas podem adiar viagens e planejar por mais tempo.

“Uma vez que os combustíveis acumulam alta de mais ou menos 45% só em 2022, para as companhias aéreas isso representa um terço do custo, o que é muito significativo e é muito difícil elas não repassarem isso aos consumidores. Ainda mais elas que vêm de uma crise financeira e elas não tiveram tempo de se recuperar. E já vem uma outra crise, agora dos combustíveis”, explicou.

O setor de turismo foi um dos mais impactados pela pandemia. Foram meses parados em 2020 e 2021 por conta das restrições sanitárias. Agora o cenário prometia melhorar por conta da queda nos números da Covid-19 e da flexibilização das medidas para conter o avanço do vírus.

Fernando Rodrigues, que é dono de uma agência de turismo, conta que está ajudando os clientes a não desistirem das viagens. “Nesse início de ano já estamos tendo esse impacto do reajuste da passagem aérea, com clientes solicitando cancelamento. A nossa estratégia está sendo remanejar a data para esses passeios”, disse o empresário.

O militar da reserva Rolnei Alberto teve que planejar muito antes de visitar o Jalapão, principal atrativo turístico do Tocantins. “Foi com antecedência. Eu fiz a viagem em janeiro. Tem que pensar duas vezes antes de viajar.”, disse.

Quem precisa viajar para cumprir compromissos, como a veterinária Maria Clara Daflon, se vira como pode. “Tenho programas de pontos, de milhas. A gente fica de olho em promoções, feirões. Tem que se programar. Não tem como comprar de última hora”, disse.