Amigos prestam as últimas homenagens a Fabriciano Borges em Araguaína; sepultamento ocorre em Piauí
O sepultamento do professor e líder sindical do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (SINTET), membro do Partido dos Trabalhadores e ativista do Movimento LGBT, Fabriciano Borges Correia, 39 anos, ocorrerá na cidade de Uruçuí, Estado do Piauí.
O corpo de Fabriciano saiu de Araguaína na manhã dessa sexta, acompanhado por amigos e parentes.
Centenas de amigos e professores prestaram as últimas homenagens ao professor durante toda a tarde e noite de ontem na sede do Sindicato em Araguaína. Movidos pelo sentimento de tristeza e indignação, a classe pediu justiça. Conforme informou José Roque, presidente estadual do Sintet, será marcada uma reunião com o Secretário de Segurança Pública para cobrar a apuração rápida do crime.
Fabriciano, que era professor de História e tinha 39 anos, foi assassinado nesta quinta-feira, 8, em sua residência onde foi encontrado com os pés, mãos e pescoço amarrados com fios elétricos. O assassino deixou ainda um envelope encima do corpo escrito “cagueta”. No local, ficaram ainda outros vestígios como latas de cerveja e preservativo. O delegado Fernando Rizerio Jaimy é o responsável pela investigação.
Jayme suspeita que a pessoa que matou o professor não premeditou o crime, tendo em vista que o assassino utilizou objetos que já estavam na própria residência, como o fio de um ventilador e de uma extensão elétrica.
Fernando Rizério não descarta a hipótese de o professor ter sido assassinado por uma pessoa conhecida ou por alguém com quem ele tivesse relacionamento. “Todo o material colhido no local do crime será periciado e eu já solicitei todos os exames possíveis”, sustentou.
Amigos e colegas de profissão também suspeitam de que o crime tenha motivação política. A polícia também não descarta a hipótese em função de sua atuação nos movimentos sociais. Conforme informações, Fabriciano teria sido ameaçado por prefeitos de algumas cidades durante o pleito eleitoral desse ano.
Conforme informou o delegado, há uma lista de pessoas que devem prestar depoimentos nos próximos dias, mas os nomes não foram divulgados.
O delegado tem 30 dias para concluir o inquérito, mas este prazo pode ser prorrogado por igual período. O resultado da perícia técnica deve ser concluído num prazo de 10 a 15 dias.
(Arnaldo Filho)