Brasil

Aplaudir pôr do sol, abraçar… Veja o que surpreendeu os estrangeiros

mosaico2O americano Joe Bauman, que veio para a Copa do Mundo no Brasil, achou estranho ver que todo mundo colocava algo que parecia areia na comida. Foi assim que ele descobriu a farofa e virou adepto. “Comecei a colocar farofa em tudo”, conta ele, que também ficou surpreso com as paisagens naturais, a obrigatoriedade de votar nas eleições e o interesse das brasileiras pelos gringos.

G1 perguntou a Joe e a outros 11 estrangeiros que visitaram o Brasil durante o Mundial o que eles acharam mais curioso ou diferente aqui em relação a seus países de origem. As respostas foram variadas, mas um ponto se repetiu em quase todos os depoimentos: a surpresa positiva com o jeito alegre e receptivo do povo. Confira a seguir o que os turistas responderam:

O canadense Florent Garnerot (Foto: Flávia Mantovani/G1)
O canadense Florent Garnerot
(Foto: Florent Garnerot/Arquivo pessoal)

Florent Garnerot, do Canadá

– Na praia, os brasileiros ficam de frente para o sol, e não para o mar. Achei interessante!

– Os brasileiros se encontram, bebem juntos e dividem a conta. No Canadá, cada um paga o que consome.

– Aqui os casais se beijam e demonstram afeto em público, o que não acontece no Canadá.

– As mulheres sempre usam joias, maquiagem… Elas se arrumam muito.

– Quando quero encontrar um amigo no Canadá, preciso planejar com pelo menos uma semana de antecedência. Eles precisam falar com suas mulheres, etc. No Brasil, isso é muito mais espontâneo.


O americano Joe Bauman (Foto: Joe Bauman/Arquivo pessoal)
Joe, dos EUA (Foto: Joe Bauman/Arquivo pessoal)

Joe Bauman, dos Estados Unidos

– Quando cheguei aqui, me perguntava por que todo mundo colocava areia na comida. Depois provei e vi que tinha gosto de bacon. E finalmente comecei a colocar farofa em tudo.

– Os brasileiros bebem muito. Todos os compromissos sociais envolvem amigos e cerveja.
– Achei estranho ver que muitas famílias de classe média têm empregadas domésticas. Nos EUA, só os ricos têm. Fiquei um pouco desconfortável de ver que uma estranha ia fazer minha cama, lavar minha roupa ou preparar meu café da manhã.

– Os brasileiros adoram dar comida para as visitas. É a forma de eles cuidarem de você.

Achei estranho ver que muitas famílias de classe média têm empregadas domésticas. Nos Estados Unidos, só os ricos têm.”
Joe Bauman,
turista americano

– Fiquei impressionado de saber que os adultos são obrigados a votar. Nos Estados Unidos, temos taxas vergonhosamente baixas de comparecimento nas eleições.

– Fiquei maravilhado com as belezas naturais. As montanhas, as praias, a vegetação, tudo é diferente de onde eu moro. Não podia acreditar que existisse um parque do tamanho do da Tijuca dentro de uma grande cidade como o Rio.

– Fiquei impressionado de saber que foram criadas tantas Constituições no país e que a versão atual recebeu tantas emendas. É muito diferente da Constituição americana, que é muito antiga e foi modificada poucas vezes.

Os brasileiros adoram dar comida para as visitas. É a forma de eles cuidarem de você”
Joe Bauman

– Achei meio nojento ver que aqui jogam o papel higiênico na lixeira [e não no vaso sanitário]. Não fica um cheiro ruim?

– Aqui passam muitos programas de TV americanos, mas tudo da década de 1990. Achei engraçado ver que os brasileiros adoram o seriado “Friends”, que não vai ao ar nos EUA há mais de dez anos.
– As brasileiras parecem adorar os gringos. Estranho, né? Mas achei isso ótimo. Aliás, minha parte favorita do Brasil, com certeza, foram as brasileiras. Eu me apaixonei. Mais de uma vez. Certamente voltarei um dia ao Brasil para encontrar minha futura mulher.

– O coração e a alma deste país maravilhoso são os brasileiros. Eles queriam me mostrar tudo e se certificar de que eu tivesse uma boa experiência – e eu certamente tive!


O esloveno Luka Jesih (Foto: Luka Jesih/Arquivo pessoal)
O esloveno Luka (Foto: Luka Jesih/Arquivo pessoal)

Luka Jesih, da Eslovênia

– Os brasileiros falam alto, quase gritando, e muito rápido.

– Vocês comem MUITO. Muito mesmo. Passei uma semana com uma família brasileira e sempre tinha alguma comida ou fruta na mesa.

– Na Europa, tudo é mais calmo. No Brasil, quando as pessoas cantam o hino, elas choram, cantam alto e com muita emoção.


O chileno Richard Diaz (Foto: Richard Diaz/Arquivo pessoal)
Richard Diaz (Foto: Richard Diaz/Arquivo pessoal)

Richard Diaz, do Chile

– Fiquei surpreso de ver como é rápido fazer amigos aqui, tanto na favela quanto nos condomínios mais exclusivos.

– Percebi que os homens são muito machistas. Eles tratam as parceiras como empregadas deles, especialmente em relação às tarefas domésticas.

 


Torcedores barbudos ingleses (Foto: Flávia Mantovani/G1)
Adam, Pete e Dave (Foto: Flávia Mantovani/G1)

Adam Burns, David Bewick e Pete Johnston, da Inglaterra

– Achamos estranho ver que aqui vocês comem coração de galinha.

– Os brasileiros são muito vivos e cheios de energia. Vocês se mexem muito, estão sempre se mexendo.

– Vocês também sorriem muito.

 


Mohamed Moulkaf, da Argélia (Foto: Flávia Mantovani/G1)
Mohamed, da Argélia (Foto: Flávia Mantovani/G1)

Mohamed Moulkaf, da Argélia

– Na Argélia, não há mulheres que dirigem motos.

– Quase todas as lojas daqui parcelam as compras em várias vezes sem juros. Gostei disso. Dá para pagar o mesmo preço dividindo até em dez meses.

– Os seguranças de banco aqui andam armados. Lá, não é assim.


O canadense Kyle Dreher (Foto: Kyle Dreher/Arquivo pessoal)
Kyle Dreher (Foto: Kyle Dreher/Arquivo pessoal)

Kyle Dreher, do Canadá

– Quando você conhece alguém, dá dois beijinhos na bochecha. Isso é muito diferente do aperto de mão que a gente dá no Canadá.

– Adorei o queijo coalho com orégano na praia! E o milho também! Todo dia eu comia.

– No Brasil, as pessoas aproveitam mais a vida e o presente que no Canadá. Lá, todo mundo é muito focado em trabalho, dinheiro e status.

– Na favela perto de onde eu estava hospedado, soltavam fogos de artifício toda hora, de dia e de noite. No começo, achei que fossem tiros de revólver, mas depois descobri que é um sinal de que as drogas estão chegando por lá. Acabei me acostumando.


Rodrigo Escobar, do Chile (Foto: Rodrigo Escobar Rebolledo/Arquivo pessoal)
O chileno Rodrigo Escobar Rebolledo
(Foto: Rodrigo Escobar/Arquivo pessoal)

Rodrigo Escobar Rebolledo, do Chile

– A amabilidade, a forma de receber as pessoas, a alegria e a simplicidade do povo brasileiro foram o que mais me chamou a atenção. Fomos tão bem recebidos em Cuiabá, que isso me marcou. Você perguntava algo e te indicavam tudo, te convidavam para churrascos.

– Vocês sempre têm um sorriso para mostrar. Nós chilenos também somos acolhedores, mas somos mais sérios, formais, calados.

– As garotas são lindas, carinhosas e simpáticas. Quero um dia ter uma esposa brasileira.

– Os brasileiros são muito relaxados, mais até do que se deve, às vezes. A turma marca de se encontrar “amanhã às 10h” e ninguém aparece.

– A parte ruim foi encontrar muita obra incabada, pelo menos em Cuiabá.


A estoniana Elsa Saks (Foto: Fernando Nunes/Arquivo pessoal)
Elsa (Foto: Fernando Nunes/Arquivo pessoal)

Elsa Saks, da Estônia

– Estranhei o arroz com feijão. No início, pensei: “É sério isso?”. Mas acabei achando superdelicioso.

– Gostei muito do pão de queijo. Tão bom! Adorei.

– Músicos não são pagos pelo bar onde tocam, mas pelo couvert que os clientes pagam.

– Brasileiros jantam tarde. É normal comer às 22 horas.

– Os brasileiros não são bons em pontualidade.


O suíço Lukas Bärtschi (Foto: Lukas Bärtschi/Arquivo pessoal)
Lukas (Foto: Lukas Bärtschi/Arquivo pessoal)

Lukas Bärtschi, da Suíça

– Foi ótimo ver todo mundo na rua usando roupas amarelas, desde uma senhora idosa com chapéu do Brasil até uma criança com a camisa da Seleção.

– Ficamos surpresos de ver como tudo foi bem organizado. O ônibus para o estádio, as informações para o aeroporto, tudo funcionou muito bem.

– Muita gente se esforçava para falar inglês. Quando estive no Brasil antes, há seis anos, ninguém falava nem uma palavra.

– Foi muito especial ver que cada estádio servia a comida típica da região. E todas eram muito gostosas.

– As pessoas são todas alegres e recebem você de braços abertos.


Daniel Lane, da Inglaterra (Foto: Daniel Lane/Arquivo pessoal)
O inglês Daniel com a mulher, que é brasileira
(Foto: Daniel Lane/Arquivo pessoal)

Daniel Lane, da Inglaterra

– Os brasileiros muitas vezes usam roupas muito apertadas.

– As pessoas chegam atrasadas para tudo.

– Vocês abraçam muito mais.

– Vocês falam “Boa praia!” para as pessoas.

– As pessoas são bem mais religiosas – geralmente, nós só somos religiosos quando queremos muito uma coisa: por exemplo, que nosso time avance na Copa do Mundo.


George Woolley , dos EUA (Foto: George Woolley/Arquivo pessoal)
George mostra o ingresso para um jogo da Copa
(Foto: George Woolley/Arquivo pessoal)

George Woolley, dos EUA

– As pessoas aplaudem o pôr do sol na praia do Rio. Isso nunca aconteceria nos Estados Unidos.

– Poder beber cerveja em público também é algo que não acontece nos EUA, exceto em lugares como Nova Orleans.

– O fato de que as pessoas são tão felizes por estarem vivas é algo muito diferente e palpável.

(G1)