Após 3 anos de cursinho, candidata passa em 1º na medicina da Unesp, mas escolhe USP
“É o que quero desde sempre. Tenho até hoje os carimbos de médica que minha mãe fez para mim quando era criança”. Daqui a alguns anos, Carolina Naomi Segawa deverá usar um carimbo de verdade para assinar receitas e prontuários.
Primeira colocada no vestibular para o curso de medicina da Unesp (Universidade Estadual Paulista), a estudante de 20 anos se deu ao luxo de dispensar um curso que teve 185 candidatos por vaga. Tudo em nome do sonho: estudar medicina na USP (Universidade de São Paulo).
Apesar do sucesso nos vestibulares de 2013, o caminho de Carolina não foi fácil. Foram três anos de cursinho, estudando 12 horas por dia, até adquirir experiência e maturidade para superar seu maior obstáculo: o nervosismo.
“Nos outros anos, eu sempre ficava muito ansiosa. Por mais que eu soubesse o conteúdo, na hora dava branco”, conta. “Dessa vez estava mais tranquila, confiando mais em mim”.
Para a estudante, um dos segredos para a aprovação foi a troca de um curso pré-vestibular convencional (o Etapa) por um cursinho com menos alunos por sala – apenas 8 na turma dela – e mais atenção individual dos professores (a Aliança Educacional, que usa material do Objetivo). “No primeiro ano eu não fui bem, nem passei para a segunda fase [da Fuvest]. Agora tive mais ajuda para controlar a minha ansiedade e focar no que eu sabia”, diz.
Os resultados já começaram a aparecer no ano passado. A estudante foi aprovada para a Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, que também seleciona seus alunos pelo vestibular da Fuvest, mas preferiu tentar mais um ano de cursinho para chegar à USP.
Nesse ano, além de Unesp e USP, Carolina também passou dos vestibulares da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto), UFPEL (Univerisade Federal de Pelotas), PUC Campinas e PUC Sorocaba.
Disciplina
Para se preparar para os vestibulares, Carolina saía de casa, em Santo André, todos os dias às 5h30 da manhã e só chegava às 22h. Isso fora as leituras dos livros obrigatórios da Fuvest nos intervalos e aos sábados. “Só sobravam os domingos, mas nesses eu nem pensava em estudar. Aproveitava para descansar, me divertir e ir à igreja”, afirma.
A estudante também atribui grande parte do resultado ao apoio que recebeu da igreja evangélica que frequenta desde a infância. “Eu entendi que precisava confiar mais em Deus, porque me cobrava muito, e no fim das contas não depende só de mim”, disse.