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Araguaína é cidade que mais registrou casos de calazar

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A incidência elevada dos casos de leishmaniose visceral (LV), doença também conhecida como calazar, tornou-se uma preocupação no Tocantins. Nos últimos dois anos e meio foram registrados 1006 casos confirmados da doença em humanos e 54 óbitos, no Estado. Os dados são da Secretaria Estadual da Saúde (Sesau).

O calazar é uma doença causada por protozoário e transmitida por pequenos mosquitos de cor clara, conhecidos como palha, que vivem em ambientes escuros, úmidos e com acúmulo de lixo orgânico. Os cães são os mais infectados e considerados reservatórios da doença, e ao serem picados pelo mosquito podem transmitir a doença a outros indivíduos, principalmente a humanos. É uma doença que tem cura, se o diagnóstico for precoce.
 Ainda segundo dados da Sesau, o município de Araguaína foi o que registrou maior número de casos de calazar, totalizando 346 entre 2010 a janeiro e julho de 2012. Em segundo lugar no ranking está Palmas com 84 casos. A região norte do Estado é a que mais sofre com a doença.
O gerente no Núcleo da Leishimaniose Viceral da Sesau, Júlio Bigeli, informou que os trabalhos de combate e prevenção do núcleo são feitos com base nos casos humanos e que levam em consideração os registros dos últimos três anos. Os municípios são subdivididos em silenciosos, esporádicos, transmissão moderada e intensa, e no Estado 25 municípios são prioritários, com transmissão moderada e intensa, e estes estão recebendo atenção redobrada.

Bigeli falou ainda do desenvolvimento das ações básicas de controle da doença. “São feitos manejo ambiental, que é o recolhimento de lixo, educação e saúde, que são orientações por meio de visitas, palestras, e vigilância canina, o qual os agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realizam a coleta de sangue do animal para exames, e fazem borrifação nas casas e sorologia dos cães. Além destas ações, há também uma capacitação dos profissionais da saúde. E em agosto haverá um treinamento para enfermeiros dos municípios mais afetados”, informou.
A médica veterinária do CCZ de Palmas, Lariane Azevedo, falou que as ações básicas também estão sendo feitas no município e que as áreas que precisam de mais atenção estão na região Sul, no Setor Taquari, Aureny III e Santa Bárbara. Ela informou também que o CCZ nunca deixou de recolher os cães da rua, e que quando há confirmação da doença fazem eutanásia e quando não, são encaminhados para doação.

Segundo o veterinário Marcel Schneider, as formas de prevenção mais efetivas são a vacina para cães quando não houver indícios da doença, o uso de repelentes naturais ou sintéticos, ou até mesmo ingerir semanalmente dente de alho. “Também é fundamental a limpeza do quintal e  o uso de telas em janelas”, concluiu.

Casos confirmados de calazar no Estado

2010 – 353 casos
2011 – 496 Casos
2012 – janeiro até julho – 157 casos

Sintomas
Não é uma doença contagiosa e os principais sintomas são febre, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramentos na boca e nos intestinos. (Fonte: Jubiléia Pinto)