Barragem da Vale em Barão de Cocais (MG) entra em alerta máximo
Sirenes foram acionadas para o risco de rompimento. Segundo a mineradora, o motivo foi a divergência de dados de instrumentos que monitoram a segurança do reservatório.
A barragem da Vale em Barrão de Cocais, em Minas Gerais, entrou em alerta máximo para o risco de rompimento. A mineradora afirmou que houve divergência de dados de instrumentos que monitoram a segurança do reservatório.
O sinal de alerta soou por volta das 21h30 de sexta-feira (22). Sem saber o que esperar, muita gente passou a noite em claro.
“É a segunda vez que nós somos acordados no meio da noite pelo risco de rompimento da barragem”, afirma o servidor público Maxwell Andrade.
Pela manhã, Vale explicou que a mudança do risco da barragem Sul Superior da mina Gongo-Soco para o nível máximo como medida preventiva e que a decisão foi tomada em comum acordo com autoridades, depois que instrumentos que monitoram a segurança do reservatório apontaram dados divergentes na quarta-feira (20).
“Preventivamente, por conta de uma dúvida de uma não clareza em relação à firmeza dos instrumentos de medição para sustentar a nossa tomada de decisão, nós fomos para o extremo na segurança e elevamos o nível de alerta para 3”, explicou Marcelo Klein, coordenador do Comitê de Resposta Imediata da Vale.
A barragem Sul Superior é considerada a estrutura em estado mais crítico da mineradora com 6 milhões de metros cúbicos de rejeito de minério. Em caso de rompimento, a lama atingiria o Rio São João, que atravessa cinco bairros, inclusive a área urbana de Barão de Cocais.
“Aqui que era um paraíso, virou um inferno. Virou um inferno porque agora ninguém dorme, ninguém sossega, ninguém trabalha de olho nesse rio, nessa barragem. Tem que tomar uma providência”, pediu a artesã Flávia.
Quatrocentros e quarenta e dois moradores já tinham sido retirados de casa quando o risco da barragem atingiu o nível 2.
As autoridades dizem que vão treinar cerca de nove mil vizinhos do rio para que todos tenham tempo se fugir da lama em caso de rompimento. O prazo para todo mundo escapar em segurança já está determinado: uma hora e 12 minutos a partir do toque das sirenes.
“Retirar de casa não é tirar da sua casa e deslocar grandes distâncias não. Tem determinados locais que basta um deslocamento de 50 metros, ele sai do local onde que essa mancha poderia passar”, explica o tenente-coronel bombeiro Flávio Godinho, coordenador adjunto da Defesa Civil estadual.
No fim da tarde moradores deram um abraço simbólico no Rio São João e cobraram mais atenção da Vale.
Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/03/23/barragem-da-vale-em-barao-de-bocais-mg-entra-em-alerta-maximo.ghtml