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Beber em excesso na meia-idade: descubra os impactos catastróficos no organismo

Exagerar na dose depois dos 35 anos pode ter consequências graves para a saúde, alertam especialistas. Um estudo recente da Universidade de Michigan, publicado em agosto de 2023, revelou que a faixa etária entre 35 e 50 anos atingiu um recorde histórico de “binge drinking”, caracterizado pelo consumo excessivo de álcool em curto período.

Mas por que esse comportamento é tão perigoso nessa fase da vida? Vamos explorar os impactos no corpo e por que beber menos ou parar de beber pode ser fundamental para preservar a saúde.

A realidade alarmante do binge drinking na meia-idade

Entre os mais de 5 mil indivíduos ouvidos em 2022 pela pesquisa anual da Universidade de Michigan, quase 30% das pessoas de meia-idade relataram ao menos um episódio de bebedeira desenfreada nas duas semanas anteriores à entrevista. Esses números são os mais altos desde 2008 para essa faixa etária, composta por indivíduos entre 35 e 50 anos.

Outro dado preocupante é o aumento do consumo de álcool entre as mulheres nessa faixa etária. Estudos indicam que elas são mais vulneráveis a doenças do coração e do fígado, devido ao impacto mais intenso do álcool no organismo feminino. Entre 2010 e 2021, o Brasil registrou um aumento de 7,5% nas mortes de mulheres relacionadas ao consumo abusivo de álcool, com um pico aos 45 anos.

Por que as pessoas bebem mais na meia-idade?

Profissionais de saúde apontam vários fatores que podem levar ao abuso de álcool nessa fase da vida. Adultos entre 35 e 50 anos frequentemente enfrentam desafios como:

  • Cuidar de filhos e pais idosos ao mesmo tempo, acumulando pressões familiares.
  • Altas demandas no trabalho, superiores às enfrentadas por indivíduos mais jovens ou mais velhos.
  • Solidão crescente, que alcançou índices preocupantes nos últimos anos.

Esses fatores podem levar ao consumo de álcool como uma forma de lidar com o estresse, embora os efeitos sejam temporários e os prejuízos para a saúde sejam duradouros.

Os danos ao organismo: o corpo cobra a conta

A meia-idade é o momento em que o corpo começa a refletir as décadas de hábitos acumulados, sejam eles bons ou ruins. O consumo excessivo de álcool pode desencadear ou agravar problemas graves, como:

  • Doenças do fígado, incluindo cirrose e esteatose hepática.
  • Cânceres gastrointestinais, relacionados ao álcool em 28 casos reconhecidos pela OMS.
  • Doenças cardiovasculares, como hipertensão e risco aumentado de infartos.
  • Complicações de doenças crônicas preexistentes, como diabetes tipo 2.

O metabolismo também se torna menos eficiente após os 35 anos, reduzindo a capacidade de processar o álcool. Isso aumenta os riscos de intoxicação, ressacas mais severas e consequências imediatas, como quedas e lesões.

A combinação perigosa de álcool e medicamentos

Com a chegada da meia-idade, o uso de medicações de uso contínuo se torna mais comum, como remédios para pressão arterial e anticoagulantes. Combinar esses medicamentos com álcool pode levar a complicações graves, incluindo:

  • Hemorragias internas.
  • Danos permanentes a órgãos vitais.
  • Riscos letais em casos extremos.

Por que as ressacas pioram com a idade?

Na meia-idade, a perda natural de massa magra torna o corpo menos capaz de absorver e metabolizar o álcool. Isso significa que:

  • O álcool permanece mais tempo na corrente sanguínea.
  • A ressaca dura mais e é mais intensa.
  • O risco de intoxicação aumenta consideravelmente.

Quedas e acidentes também se tornam mais comuns, com uma recuperação mais lenta devido à redução na capacidade regenerativa do corpo.

Impactos a longo prazo na saúde mental e cognitiva

Beber em excesso não só afeta a saúde física, mas também a mental. Estudos recentes apontam o consumo de álcool como um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de demência. Além disso, o impacto emocional pode incluir agravação de condições como depressão e ansiedade.

Como reduzir os riscos e melhorar a saúde

Embora parar de beber ou reduzir o consumo não reverta todos os danos já causados, essas mudanças podem ajudar na recuperação da saúde e prevenir complicações futuras. Algumas estratégias incluem:

  • Buscar ajuda médica para avaliar os impactos do álcool no organismo.
  • Estabelecer limites para o consumo e evitar o binge drinking.
  • Praticar atividades físicas regulares para melhorar o metabolismo.
  • Cultivar redes de apoio social para lidar com o estresse de forma mais saudável

Fonte: AF Noticias