Brincadeiras antigas incentivam desenvolvimento motor e reforçam vínculo com os pais
Pensar em jogar pião, futebol de moeda, amarelinha ou pega-pega com certeza inspira memórias nostálgicas aos mais velhos. Porém, grande parte das crianças de hoje não está mais praticando esse tipo de brincadeira. “Apesar de ser elemento presente na cultura infantil e fator de desenvolvimento integral das crianças, os jogos e brincadeiras motores estão perdendo espaço na vida das crianças desta geração”, expõe o coordenador da assessoria de Educação Física, Arte e Pedagógica do Sistema Aprende Brasil, Davi Marangon.
Segundo ele, entre os motivos para esse esquecimento das brincadeiras motoras estão o maior acesso a aparatos tecnológicos e a falta de espaços adequados e seguros para a realização de jogos e brincadeiras que envolvem a movimentação corporal ampla. “A preocupação cada vez maior com segurança e o espaço reduzido de muitas residências acabam impelindo os pais e avós, que cuidam das crianças quando não estão na escola, a mantê-las em frente à televisão, ao videogame e ao computador. Como consequência dessa realidade, as crianças não conseguem ampliar o seu repertório motor e ficam propensas ao sedentarismo”, explica.
Marangon afirma que o desafio de tirar as crianças de frente das telas e levá-las para as brincadeira motoras não é simples, principalmente diante da crescente quantidade de horas destinadas por crianças e jovens somente aos jogos eletrônicos, que gira em torno de 15 horas semanais, sem contar o tempo voltado à televisão. “Esse quadro mostra a necessidade de mudança de hábitos. Nesse sentido, os pais podem ajudar as crianças a planejar, de forma equilibrada, as atividades que vão realizar no seu tempo de lazer. Não significa que não possam brincar com jogos eletrônicos ou assistir à TV, mas que possam diversificar as atividades, inserindo jogos e brincadeiras motores no seu dia, seja em casa, em clubes, em parques, ou em outros espaços nos quais possam ser realizados com segurança”, orienta o professor.
Como incentivar as brincadeiras em casa
Para inserir essas atividades no dia a dia da criança, Marangon indica que os pais devem convidar seus filhos para brincar e ensinar a eles as brincadeiras que eles realizavam quando eram crianças, além de perguntar quais brincadeiras os filhos aprenderam na escola ou em outros locais. “Não podemos esquecer que é por meio da vivência lúdica que a criança se expressa, se relaciona com o mundo adulto e acaba se apropriando do universo simbólico. Por isso, é muito importante que os pais participem de jogos e brincadeiras com as crianças. O momento de brincar cria um ambiente afetivo e prazeroso em que todos se sentirão felizes e motivados a repetir as atividades, gerando uma rotina positiva de incentivo aos jogos e brincadeiras”, sugere.
Para chamar a atenção das crianças deve-se oferecer diferentes tipos de brincadeiras e jogos, além de materiais diversos para que possam ser manipulados e explorados: diferentes tamanhos, texturas, pesos, cores. Outra forma de incentivo é organizar espaços de diferentes formas para que sejam explorados com segurança pelas crianças: espaços amplos, espaços restritos, espaços fechados, espaços abertos, na quadra, na areia e em gramados, quando possível.
Brincadeiras na escola
O espaço da escola é um lugar privilegiado para o acesso das crianças às brincadeiras e jogos. Isso está garantido como uma exigência da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o componente de Educação Física, como uma unidade temática obrigatória no Ensino Fundamental. Brincadeiras e jogos também estão nas orientações da BNCC da Educação Infantil, estando presentes como eixos estruturantes em todos os campos de experiências das crianças. “Isso devido à importância dessas práticas para o desenvolvimento cognitivo, afetivo, motor e social das crianças, permitindo que, por meio delas, possam construir as bases para a leitura de mundo e para o entendimento de seu papel na sociedade”, explica Marangon.
Sobre o Aprende Brasil
O Sistema de Ensino Aprende Brasil oferece à rede municipal de Educação não apenas material didático, mas uma série de recursos adicionais (avaliações, monitoramento, ambiente de aprendizagem digital, assessoria pedagógica e formação continuada aos professores, além de material didático integrado e diferenciado), que contribuem para o melhor aprendizado dos alunos da Educação Infantil aos anos finais do Ensino Fundamental da rede pública. Atualmente, o Aprende Brasil atende 243.000 alunos em 199 municípios brasileiros. Saiba mais em http://sistemaaprendebrasil.com.br/.
Fonte: Surgiu