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Bruno Covas determina fim dos bloqueios de trânsito em São Paulo

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), determinou na noite desta terça-feira (5) a suspensão de todos bloqueios no trânsito realizados na cidade para tentar elevar o índice de isolamento social na capital paulista. A determinação começa a valer já nesta quarta-feira (6), segundo a prefeitura.

A suspensão aconteceu após muita reclamação de funcionários da saúde, que foram barrados nesses bloqueios criados pela administração municipal. O episódio gerou a abertura de um inquérito civil público por parte do Ministério Público do estado de São Paulo para apurar a medida aditada pela gestão municipal.

Ao determinar a suspensão dos bloqueios, o prefeito avaliou que eles não tiveram o efeito desejado, que era de elevar a adesão dos paulistanos ao isolamento social na cidade.

Segundo o governo de São Paulo, o índice de isolamento social da capital paulista referente ao primeiro dia de bloqueios, na segunda-feira (4), ficou em 48% no município. Um ponto percentual acima do índice do estado, que foi de 47% de adesão em todo o estado.

Não há por ora, segundo a prefeitura, outras medidas para forçar ou convencer as pessoas a manterem o distanciamento social na capital paulista. A administração municipal diz que vai continuar com campanhas educativas nos meios de comunicação e em cruzamentos da cidade, com a distribuição de panfletos em defesa do distanciamento social. Esses bloqueios, contudo, serão apenas de caráter educativo.

Equipes de fiscalização da prefeitura também devem intensificar ações com aplicação de multas em comerciantes que não se enquadram nos serviços essenciais e que estão furando a quarentena na cidade.

O prefeito Bruno Covas ficou extremamente incomodado com o flagrante registrado pelo SP1, da TV Globo, que nesta terça-feira (5) mostrou a entrada da galeria Pagé lotada de gente na região da rua 25 de março, a poucos quilômetros da sede da prefeitura, no Centro de São Paulo.

Globocop flagra aglomeração na região da 25 de Março no Centro

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Bloqueio de profissionais da saúde

O bloqueio em ruas e avenidas da capital paulista começou na segunda-feira (4), mas nesta terça-feira (5) a Prefeitura de São Paulo ampliou o número de interdições de quatro para oito em grandes avenidas das Zonas Leste, Norte, Oeste e Sul.

O período de bloqueio também foi ampliado e passou a ser operacionalizado entre às 6h e 10h, gerando congestionamentos na cidade. O maior congestionamento registrado nesta terça-feira (5) na capital paulista foi 3,5 km na Radial Leste.

Profissionais de saúde ficaram barrados em alguns desses bloqueios criados pela Prefeitura de São Paulo para tentar melhorar o índice de isolamento na capital. O analista de faturamento de um hospital da capital paulista, André Silva, foi um dos profissionais que ficou preso no trânsito e se atrasou para o trabalho.

“Teria que estar no hospital às 7 horas, são 9 horas e não cheguei na metade do caminho. É triste, né?”, disse ele.

Por causa de situações como essa, o Ministério Público do estado de São Paulo abriu um inquérito civil público para apurar a medida aditada pela gestão municipal.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) tem que explicar ao MP quais são os estudos que embasaram a adoção da medida.

Até o início da noite desta terça-feira (5), a prefeitura informou que ainda não tinha sido comunicada sobre a abertura de inquérito pelo Ministério Público e que, quando for, vai prestar todas as informações solicitadas pelos promotores.

Prefeitura aumenta os bloqueios de trânsito na capital paulista

Prefeitura aumenta os bloqueios de trânsito na capital paulista

A técnica de enfermagem de laboratório, Franciene Teixeira, disse que ficou mais de três horas no congestionamento. A enfermeira Renata Nicomuceno contou que não imaginava que o bloqueio fosse atrapalhar tanto o seu horário. “Eu sabia que ia ter alguns bloqueios, mas imaginei que pelo horário que eu saí não teria problema”, relatou.

Na avenida Moreira Guimarães, no corredor Norte-Sul, profissionais da saúde que mostraram documentos foram liberados. Entretanto, uma ambulância não conseguiu autorização para passar e teve que desviar o caminho, outras quatro passaram, mas só depois de ficar no congestionamento. O bloqueio causou 1 km de engarrafamento. O pico de congestionamento na cidade de São Paulo chegou a 19km às 8h da manhã.

Movimento nas ruas

Dezenas de pessoas formaram uma fila na porta da Agência da Caixa econômica do Largo 13 de maio, na Zona Sul de São Paulo. Na hora do almoço muitas pessoas se aglomeraram em frente a Galeria Pagé, na região central da capital paulista, à tarde a Guarda Civil Metropolitana foi ao local e mandou fechar os comércios que estavam abertos.

No centro, era possível ver muitos vendedores na rua Barão de Duprat, a subprefeitura da Sé informou que fez uma fiscalização na região e que quatro lojas foram interditadas e multadas em cerca de R$ 9 mil.

No parque Dom Pedro o comércio clandestino de cigarros estava funcionando normalmente. Alguns bares do Brás permaneceram abertos e, apesar da proibição de se consumir no balcão, muitas pessoas estavam comendo e bebendo do lado de fora, também havia aglomeração na Praça da Sé.

A Prefeitura disse que fiscaliza e já fechou 299 estabelecimentos não essenciais que furaram a quarentena, 115 só na região da Sé, 34 em Aricanduva, 23 em santo amaro e 14 na Lapa.

Fonte: G1 – São Paulo