Calouros de medicina são flagrados de cueca pedindo dinheiro em Palmas

Calouros de medicina da Universidade Federal do Tocantins (UFT) foram flagrados de cueca pedindo dinheiro em um semáforo na avenida NS-1, em Palmas. As fotos foram enviadas ao G1 por uma internauta, que preferiu não se identificar, nesta terça-feira (25). Segundo ela, cerca de 20 estudantes participaram do trote.

A internauta disse que viu alguns dos jovens apenas com o corpo pintado, enquanto outros, de cueca, corriam “igual loucos” parando os carros que transitavam pela avenida. Ela explica que observou somente quatro estudantes seminus e que não conseguiu ver mais porque já estava escuro.

“Achei um absurdo porque ainda estava cedo, não era nem 19h e havia crianças nos veículos. Eles paravam os carros e iam pedindo dinheiro, ‘qualquer moedinha vale’, eles diziam. Mesmo de roupas íntimas, eles não estavam nada constrangidos. Estavam gostando na verdade”, conta a internauta, que preferiu não ser identificada.

De acordo com ela, os estudantes veteranos ficavam observando tudo da calçada, próximo à faixa de pedestres. “Enquanto os calouros corriam de um carro para outro, os veteranos ficavam em um canto assistindo ‘de camarote’. Tinha meninas também, mas elas estavam só pintadas mesmo. Não tenho nada contra trotes, mas não dava para fazer isso de roupa?”, questiona.

O registro foi feito pela internauta no dia 14 de novembro. “Queria ter feito alguma coisa no dia, mas como eu iria viajar no dia seguinte, não consegui me organizar. Por isso agora que voltei estou enviando essas fotos”, explica.

A UFT foi procurada para comentar o assunto. Por meio de nota, a universidade afirmou que ‘não estimula a prática do trote’ e que existe uma resolução do Conselho Universitário (Consuni) que determina que a recepção aos novos estudantes da UFT ‘deve ter foco na cidadania e na integração’.

Ainda de acordo com a nota, qualquer atividade que viole a liberdade individual dos calouros, que os submeta a danos físicos ou morais, ou ainda que promova a depredação de patrimônio da instituição, está sujeita a sanções, que vão de advertência, repreensão e suspensão e até exclusão, conforme a gravidade da falta cometida.

A UFT, no entanto, não explicou se alguma das sanções se aplica ao caso do trote de medicina, relatado na reportagem. Já as polícias Civil e Militar, informaram que não há registros de ocorrência sobre o caso no dia 14 de novembro.