Caminhoneiros questionam decreto da prefeitura que proíbe tráfego de caminhões no centro de Palmas
O Sindicato dos Caminhoneiros do Estado do Tocantins (Sindcam/TO), apoiado por outras categorias, questiona a decisão do prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB), que elaborou decreto a ser apreciado proibindo a passagem de caminhões no interior das quadras da Capital. Ainda em dezembro o prefeito assinou um decreto com vistas a impedir a circulação dos caminhões na cidade. “Os caminhões destroçam ruas e avenidas e trazem insegurança à população”, justificou o gestor.
O presidente do sindicato, José Aparecido, juntamente com representantes do Sindiposto, das empresas transportadoras do Estado, dos atacadistas, da Granol de Porto Nacional, entre outros setores, não concorda com a tese da prefeitura. O grupo se reuniu nessa quinta-feira, 21, com o secretário de Acessibilidade, Mobilidade, Trânsito e Transporte de Palmas, Cristian Zini, para tratar do assunto. Ficou decidido, conforme Aparecido, que as categorias serão chamadas pela administração municipal para debater alternativa.
Aparecido demonstrou preocupação com a postura, afirmando que ela aumentará ainda mais o custo de vida ao consumidor final. “Caso ocorra o proposto no projeto, os comerciantes terão que receber suas mercadorias na periferia da Capital e utilizar outro transporte até seus estabelecimentos, aumentando despesas que automaticamente serão repassadas aos consumidores”, alertou. Ele ressalta ainda que o transporte de mudanças, bem como o da produção próxima à Capital que necessariamente passa por Palmas, via ponte Presidente Fernando Henrique Cardoso, até a plataforma multimodal da Ferrovia Norte-Sul, em Luzimangues, serão prejudicados.
O sindicalista ressalta ser favorável à construção de um anel viário que permita desviar os caminhões da zona urbana da cidade. Mas também afirmou que em determinadas situações o transporte nas regiões centrais será inevitável. “Somos a favor da organização, mas não da penalização de uma classe já sofrida. Se a cidade não tem estrutura para o transporte de que precisa, não é culpa dos caminhoneiros, tampouco da população”, ressaltou.
Segundo afirmação do prefeito dada no fim de 2015 a um setor da imprensa local, “há um recurso para o anel viário que está parado há dois anos no governo federal por falta de contrapartida do governo do Estado, e esse problema a administração estadual terá que resolver. Enquanto isso, que passe de ferry boat, que passe por Miracema, mas pelo município de Palmas esses caminhões não vão passar”, enfatizou.
O grupo reunido defende uma ação de meio termo que não prejudique nem prestadores de serviços, nem os consumidores. “O prefeito já criou o estacionamento rotativo, que prejudicou os comerciantes da região central da cidade. Não podemos permitir que outra postura parecida ocorra”, questionaram os manifestantes.
(Cleber Toledo)