Cenário político segue com muitos nomes e poucas definições em Palmas; veja 8 pontos
A definição das eleições de 2020 se aproxima. O Congresso Nacional – antes totalmente voltado para a pandemia do coronavírus – já se movimenta, uns para adiar as eleições para novembro, outros para manter o pleito em outubro. O ‘Centrão’ mostrou-se favorável, no entanto, a ceder e aprovar a PEC oriunda do Senado que adia a votação por aproximadamente um mês.
Em Palmas, os candidatos compreenderam que está na hora de colocar o “bloco na rua”, sob pena de serem esquecidos na convenção do próprio partido.
1 – Confirmado o adiamento, Marcelo Lelis ressurge das cinzas
Caso as eleições sejam adiadas para novembro, o ex-deputado Marcelo Lelis estará elegível, uma vez que a punição recebida em 07/10/2012, encerra-se em 07/10/2020. Falta ao candidato um grupo político que fortaleça seu nome.
Longe do cenário desde 2012, Lelis perdeu o ‘time’ com a população e a maior prova disso são os votos que sua esposa, Claudia Lelis, obteve para prefeita em 2016, apenas 13.121 votos (10,01%), enquanto Amastha obteve 68.634 (52,38%).
Já para deputada estadual em 2018, Claudia obteve em Palmas só 2.168 votos. É verdadeiramente muito pouco, porém, Marcelo Lelis construiu uma sólida vida na política na capital e ainda possui certa musculatura para o enfretamento. Cabe a ele recuperá-la.
2 – Senadora Kátia Abreu já decidiu que vai com Ataídes Oliveira
O ex-senador Ataídes Oliveira, hoje filiado ao Progressistas, será a aposta da sigla e da senadora Kátia Abreu, também recém-filiada ao partido. Uma “live” nas redes sociais na semana passada marcou o ‘start’ e o lançamento da campanha do empresário.
Ele jamais ganhou uma eleição, uma vez que em 2010 o cabeça da chapa para o Senado era João Ribeiro. Ataídes era apenas o suplente, que virou senador apenas após o falecimento do titular, em dezembro de 2013.
Já no ano de 2014, Ataídes disputou o Governo do Tocantins pelo PROS e obteve apenas 3,54% dos votos. Em 2018, tentou se reeleger para o cargo de senador, contudo, foi apenas o 5º colocado da disputa.
Definitivamente, Ataídes Oliveira, pelo menos por enquanto, não descobriu o segredo para ganhar uma eleição. Não há simpatia ou apelo popular em suas candidaturas e, por consequência, sua relação com as urnas não é boa. O tempo dirá se dessa vez será diferente.
3 – Totalmente novato, Barison é a aposta de César Halum
O pré-candidato totalmente novato é o empresário Gil Barison. Pioneiro em Palmas, ele se filiou ao Republicanos, comandado no Tocantins pelo ex-deputado federal César Halum.
Ele garante ter boas influências junto ao governo federal e acredita até que será apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro e seu vice, General Mourão. Um sonho, uma quimera? Talvez.
Entretanto, ele alega que cansou de não querer se envolver na política e, por isso, ser governado por quem ele sempre desaprovou. É um nome novo e sem rejeição, entretanto, a história de um empresário que vai “salvar a pátria” é conhecida pelo palmense que, aliás, tá escaldado com esse discurso.
4 – Deputado Federal Damaso transferiu título eleitoral no apagar das luzes
Por falar no apoio de Bolsonaro, o deputado federal Osires Damaso (PSC) tem dito aos quatro ventos que obteve a garantia do presidente que será o candidato do Palácio do Planalto em Palmas.
Em que pese essa relação ser antiga, pois o presidente já foi filiado ao partido de Damaso, parece um tanto quanto improvável que Bolsonaro já tenha escolhido seu candidato na capital do Tocantins, sem nem mesmo saber quais serão os adversários.
Além disso, Damaso transferiu seu título para Palmas apenas em outubro de 2019. Seu vínculo com a capital, portanto, é quase insignificante. Nas eleições de 2018, por exemplo, quando obteve 58.726 para deputado federal, apenas 2.774 foram em Palmas. Difícil decolar, portanto.
5 – Vicentinho Junior tem garantido sua candidatura, mas há ‘senões e porquês’
Outro com poucos vínculos com a cidade é o deputado Vicentinho Junior (PL). O título dele também foi transferido para Palmas um ano antes das eleições de 2020. Em que pese ele alegar que reside na cidade há vários anos, a grande maioria do eleitorado sabe muito bem que seus laços são com a cidade de Porto Nacional, a origem dos seus familiares.
O parlamentar também insiste numa parceria com o ex-prefeito Carlos Amastha (PSB). A rejeição do eleitorado palmense ao ex-gestor é conhecida, por várias razões, mas principalmente pela sua renúncia ao cargo de prefeito em 2018.
A mesma parceria, por sua vez, inviabilizaria a candidatura do vereador Tiago Andrino (PSB). Nesse grupo político não há espaço para os dois e se Vicentinho insistir no projeto, Andrino deverá ser candidato a vice ou se candidatar à reeleição na Câmara Municipal.
6 – Eleição de Dimas ao governo em 2022, passa pela eleição de Palmas em 2020
O prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas (Podemos) – candidatíssimo ao Governo do Estado em 2022 – quer marcar território em Palmas, o maior colégio eleitoral. Para tanto, lançou o ex-reitor da UFT Alan Barbiero. Sua capacidade é inquestionável e seu eleitorado bem elitista. Conseguirá o “doutor” conversar e convencer a camada mais pobre da população? É um enigma, que é impossível de ser desvendado nesse momento.
7 – Deputados Junior Geo e Vanda tendem a fechar aliança
Já os deputados estaduais Professor Junior Geo (PROS) e Vanda Monteiro (PSL) tendem a se unir, em que pese terem origens ideológicas antagônicas. O partido que elegeu o presidente da República tem um fundo partidário invejável, mas Vanda sabe que seria um voo mais alto que sua musculatura política permite.
É provável que haja um acerto e o PSL indique o candidato a vice. O deputado Geo enfrenta o mesmo problema do candidato Alan Barbiero, qual seja, a dificuldade em “falar e convencer” o eleitorado simples.
Talvez o vice do PSL – provavelmente o vereador Gerson Alves – consiga suprir essa barreira e consiga atingir o eleitorado que vive à margem da sociedade que idolatra Geo.
8 – Alguns dificilmente decolarão e Cinthia Ribeiro precisa rever conceitos
Por fim, os candidatos do PT, PSOL e do PDT de Milton Néris ainda não demonstraram força e nem disseram a que vieram. A candidata a ser batida é a atual prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB). Muito dinheiro para gastar em obras e uma boa aceitação junto ao funcionalismo público lhe ajuda sobremaneira.
O problema da gestora é sua síndrome de autossuficiência, sua dificuldade em fazer política e gestão ao mesmo tempo, sua falta de diálogo com o parlamento, com os comerciantes e com a massa que realmente tem voto e, por fim, os erros na gestão da crise decorrente da Covid-19.
Fonte: AF Noticias