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Centro de Fauna registra queda de quase 40% na quantidade de animais silvestres regatados em 2020

O número de animais silvestres resgatados que precisaram de assistência no Centro de Fauna do Tocantins (Cefau) caiu quase 40% em 2020. A unidade é ligada ao Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e cuida de animais resgatados com ferimentos ou que foram criados em cativeiro. Para os biólogos do Cefau, a queda pode ser explicada por causa das medidas de distanciamento social.

“No início havia muitas incertezas relacionadas à possibilidade de transmissão da Covid-19 entre humanos e também animais. Com a determinação de distanciamento social as pessoas tiveram que se manter em casa, os locais em que havia possibilidade de aglomeração foram fechados, assim reduziu o contato com natureza e consequentemente com animais”, explicou o gerente de Pesquisas e Informações da Biodiversidade do instituto, Jorge Leonam.

Ao longo do ano de 2020, até esta segunda-feira (28), o Cefau tinha recebido 280 espécies. Em todo o ano de 2019 foram 464 animais silvestres atendidos.

Mesmo assim, a tendência de maior demanda por atendimentos para aves se manteve em 2020. Dos 280 espécimes recebidos, 211 eram aves silvestres, outros 49 eram mamíferos, 19 répteis e um aracnídeo.

No ano passado, foram 349 aves, 85 mamíferos e 30 répteis. Os dados são do Sistema Integrado de Gestão Ambiental (Siga). Mesmo com a redução, o Cafau segue funcionando normalmente.

“Apesar da diminuição das solicitações de assistência a animais silvestres, após a determinação de distanciamento social, continuamos atendendo todos os chamados. Mantemos equipes em escalas de plantão e após avaliação médica os animais em condições de retorno à natureza foram liberados. Os que precisam de cuidados em cativeiro aguardam a formalização de todos os procedimentos legais e são encaminhados a um criadouro regularizado”, diz o presidente do Naturatins, Sebastião Albuquerque.

Outras atividades foram desenvolvidas ao longo do ano, como a emissão de 22 autorizações para manejo de animais silvestres e a análise de outros 26 processos que ainda não foram definidos. “Mantendo ainda o protocolo de segurança e prevenção à Covid-19, realizamos uma visita técnica ao IOP (Instituto Onça Pintada), além das três expedições de observação ao Pato Mergulhão, no período reprodutivo”, diz Warley Rodrigues, diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Naturatins.

O Cefau recebe e ajuda animais silvestres em casos como atropelamentos, queimadas, maus tratos, apreensões e entregas voluntárias. Após a reabilitação da espécie, o animal é devolvido ao habitat natural ou destinado a um cativeiro autorizado.

O centro também atende a primatas e répteis — Foto: Acervo Cefau/Governo do Tocantins

O centro também atende a primatas e répteis — Foto: Acervo Cefau/Governo do Tocantins

Fonte: G1 Tocantins