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Cerca de 15 bebês com doenças do coração aguardam transferência no Tocantins

Pelo menos 15 bebês com doença no coração aguardam transferência para a realização de uma cirurgia fora do Tocantins. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, desse total, quatro crianças estão com agendamento marcado. O procedimento não é feito no estado e a demora na transferência pode levar à morte.

No ano passado, 19 bebês que nasceram com problemas cardíacos não suportaram a espera e acabaram morrendo.

“Todos os casos, o juiz defere a liminar só que há uma demora no cumprimento da liminar, que implica a transferência desse paciente recém-nascido, algumas vezes até prematuro, para fora do estado do Tocantins. E muitas vezes essa transferência tardia acaba ocasionando o agravamento da doença ou mesmo outras intercorrências como infecção hospitalar”, argumentou a defensora pública Napociani Póvoa.

O bebê Davi Gabriel Cerqueira Gonçalves morreu no ano passado. Ele nasceu com quadro grave de cardiopatia e precisava ser transferido com urgência para outro estado onde pudesse ser tratado, mas isso não aconteceu. O bebê morreu em abril do ano passado, após ficar 43 dias internado no Hospital Dona Regina em Palmas.

Essa semana, a Justiça decidiu condenar o Governo do Tocantins a pagar uma indenização por danos morais no valor de R$ 100 mil para os pais da criança. “Talvez ele estaria vivo, tinha feito a cirurgia, porque ele não estava tão ruim. Ele foi piorando aos poucos”, lamenta a mãe Camila Cerqueira.

A Defensoria Pública entrou com uma ação coletiva para pedir a instalação de um centro cirúrgico para operar bebês e crianças com problemas graves de coração. Em uma audiência realizada no dia 5 de junho, a Secretaria Estadual da Saúde se comprometeu a apresentar ao menos um cronograma para instalação do serviço no Tocantins em um período de 60 dias. O prazo venceu no dia 6 de agosto e até agora, o estado não cumpriu o que foi acordado.

“Hoje aqui no estado do Tocantins não tem nem o centro, nem o profissional habilitado para operar cardiopatia graves. O que a defensoria sustenta é que esse procedimento tem que ser realizado aqui, inclusive por ser mais econômico”, disse a defensora.

A Secretaria de Saúde disse que continua na busca de vagas para atendimento dos outros bebês junto à Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade do Ministério da Saúde e que em casos de urgência, conta com a parceria firmada com a Santa Casa de Misericórdia em Passos (MG) que fornece o atendimento para pacientes com cardiopatia congênita.

Fonte: G1 Tocantins