Cestas básicas: Wanderlei diz que dinheiro era consórcio entre amigos: ‘o delegado foi muito infeliz’
A oposição do Palácio Araguaia está pegando carona em um discurso do governador Wanderlei Barbosa (Repu) para jogar lenha na fogueira das supostas fraudes na compra de cestas básicas ainda durante a pandemia. O fogo reacendeu recentemente depois que a Polícia Civil enviou o inquérito ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) em razão de o nome do governador ter aparecido no meio da investigação.
O discurso foi feito durante a reunião do PPA em Pedro Afonso, na semana passada.
O inquérito investiga um suposto esquema de corrupção na compra de cestas básicas pela Secretaria do Trabalho e Assistência Social (Setas), ainda durante a pandemia, quando Wanderlei exercia o cargo de vice-governador e teria recebido uma transferência de R$ 5 mil feita pelo empresário investigado no caso.
Segundo o governador, o depósito não trata-se de propina, mas sim de um “consórcio entre amigos”.
“Eu vi o processo que eles quebraram o segredo de justiça. Quando nós fomos olhar, R$ 5 mil depositado na minha conta e na do Leo, meu filho, foi depositado também na conta do Cleiton Cardoso, da mulher de Cleiton, de Jair Farias, porque era um consórcio entre amigos que nós tínhamos, e dentro desse consórcio entre amigos, tinha um rapaz que era empresário e que vendeu cestas básicas para a Setas e estava sendo investigado, e que ele participou porque alguém colocou o nome dele”, diz o governador em tom áspero.
O governador continua com a explicação: “…Eles queriam sugerir que aquilo ali era uma propina, porque não tinha nada para falar de nós, então tem que caçar alguma coisa, (caçar alguma coisa) e aí o delegado foi muito infeliz, porque ele tinha que ter botado, pelo menos, todos que estavam no grupo, todos! O delegado foi, no mínimo, negligente, quando ele colocou apenas o meu nome e o nome do meu filho, porque ele queria atingir o governo, atingir a minha família. Ele deixou ali outros nove integrantes desse grupo que ele não colocou…”
STJ
O inquérito que investiga a suposta corrupção na compra de cestas básicas foi remetido ao STJ no final de agosto, após despacho do desembargador do TJ-TO, Pedro Nelson Miranda Coutinho, exatamente em razão do surgimento do nome do governador, que goza de foro privilegiado.
Fonte: AF Noticias