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Com migração do comércio para novas avenidas, Calçadão Shopping seria um atrativo no centro

A maioria dos presentes na audiência pública realizada pela Prefeitura de Araguaína para discutir a implantação do Calçadão Shopping da Cônego votou contra o projeto, na noite dessa segunda-feira (24). O evento teve presença do público geral, de comerciantes dos três quarteirões que receberiam a obra, engenheiros, arquitetos, autoridades e empresários de toda cidade.

“Eu estou vendo o público dividido, mas a maioria entre os 64 empresários que serão diretamente impactados e que vieram até a audiência votou contra a realização da obra. Por isso, não vamos fazer”, afirmou o prefeito Wagner Rodrigues.

Na ocasião, o prefeito alertou que o projeto leva em consideração um fenômeno de degradação dos centros comerciais tradicionais, algo que está acontecendo em todas as grandes cidades.

“Pensamos a cidade para 10 anos e estamos vivendo uma verdadeira pulverização do comércio. Na Via Norte, veremos o que está acontecendo na Marginal Neblina e Via Lago. Faremos ainda mais duas novas avenidas, a Baixa Funda, no Setor Itaipu e Palmas, e a Via Parque, no Itapuã, e ainda teremos o shopping em breve”, destacou o prefeito ao citar o surgimento de novos centros comerciais nos bairros e a migração do comércio para avenidas planejadas.

Novidade no mercado

A empresária Ivanilde Cruz, 46 anos, é uma entre os comerciantes que seriam beneficiados com a implantação do calçadão e aprovou o projeto. “Iria ficar mais organizado e movimentado, porque tudo o que é novo é desejado. As pessoas vão para a Via Lago porque é um lugar bonito, elas se sentem bem lá. É preciso ter visão do futuro porque hoje a Cônego está como há 20 anos atrás”.

O valor da obra é da ordem de R$ 4,8 milhões e foi captado pela Prefeitura junto ao Ministério do Turismo, por meio de emenda parlamentar destinada pelo senador Eduardo Gomes e o deputado federal Tiago Dimas. O destino do recurso será discutido para novo projeto de investimento.

As vendas seriam suspensas?

Uma das preocupações apontadas é quanto aos transtornos que seriam causados durante as obras. Cláudia Gouveia, 47 anos, falou que tinha receio quanto à acessibilidade do cliente durante a obra. “O comércio sem energia não funciona. O que será feito para o nosso cliente ir a nossa loja? Essa é a maior insegurança que eu tenho. Eu estava na época do projeto de zigue-zague das calçadas que estragou a Cônego todinha e foi muito sofrido. Foram anos para recuperar”.

O projeto do calçadão já tinha aprovação da Energisa e BRK para alteração das tubulações e fiações para abaixo da calçada sem que os comerciantes ficassem sem acesso, além do empenho da Caixa Econômica Federal.

“A gente estudou o projeto para ter responsabilidade na hora da licitação. Conversamos com as concessionarias para o menor impacto possível. O objetivo era concluir cada quarteirão no prazo de 30 dias”, explicou o secretário da Infraestrutura, Frederico Prado.

Acabaria com as vagas?

A obra do Calçadão Shopping da Avenida Cônego João Lima iria revitalizar o Centro, mantendo suas características originais, começando no cruzamento com a Rua Dezenove de Novembro, onde fica a Câmara Municipal, e continuaria por três quarteirões, cruzado pelas ruas Sadoc Corrêa e Quinze de Novembro, com término no Shopping Popular, localizado no cruzamento com a Rua Santa Cruz.

Outro argumento dos comerciantes seria o fim de vagas de estacionamento na região. Para a implantação, 27 vagas de carros e 80 vagas de motos seriam suprimidas, além de dois pontos de mototáxi. De acordo com uma pesquisa realizada pela Prefeitura com uma amostra de 70 comerciários da Cônego, 44,29% das vagas em frente as lojas são ocupadas diariamente pelos próprios empresários e colaboradores.

O número é proporcional quando foi perguntando a 400 consumidores do local sobre a dificuldade de estacionamento. De acordo com a pesquisa, 55,75% acham muito difícil encontrar uma vaga e 29,50% acham difícil. O número é proporcional ao entendimento sobre o trânsito, quase 70% do grupo estima que é ruim e péssimo.

"O objetivo era concluir cada quarteirão no prazo de 30 dias”, explicou secretário

Fonte: AF Noticias