Com simulador aluno irá pagar até R$ 1.445 para tirar carteira em Palmas

Em reunião realizada na tarde desta quarta-feira (22) entre o Departamento de Trânsito do Tocantins (Detran-TO) e os donos ou representantes dos Centros de Formação de Condutores (CFCs) do estado, os empresários foram informados de que as aulas realizadas nos simuladores de direção veicular serão obrigatórias para processos abertos a partir do dia 1º de abril deste ano.

Os CFCs do Tocantins ainda não adquiriram o equipamento que se tornou obrigatório após a resolução 444 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). A exigência das aulas simuladas deveria ter começado no mês de julho de 2013. Como muitos empresários de todo país ainda não haviam adquirido, o prazo precisou ser extendido.

Os alunos terão que fazer cinco horas no simulador. As aulas serão ministradas após o início da parte teórica e terão duração de 30 minutos cada e conforme os horários das autoescolas. Apenas depois desse processo é que será expedida a Licença para Aprendizagem de Direção Veicular (LADV), quando começa a parte prática. Para aqueles que iniciarem o processo a partir do próximo mês de abril, a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) somente será emitida após as aulas no simulador.

O G1 conversou com 10 autoescolas da capital: oito afirmaram que compraram o simulador, mas que o fabricante ainda não fez a entrega; duas alegaram que ainda estão em processo de compra e que em breve terão o equipamento disponível.

No Tocantins existem 99 CFCs que formam condutores para a retirada da CNH categoria B, de acordo com informações do Detran. Em Palmas são 24 ao todo. Na capital, o custo para tirar uma carteira só de carro (categoria B) varia entre R$ 900 e R$ 1.145. Com o simulador algumas autoescolas calculam que o preço aumente em até R$ 300. Para tirar habilitação para motocicleta (categoria A) ainda não há o uso do equipamento e, por isso, o preço continua inferior em relação a do carro.

Segundo o especialista em gestão e segurança no trânsito, Yuri Nery, as pessoas estão preocupadas com o aumento nos valores, mas o outro lado é mais relevante. “Estudos mostraram que os acidentes envolvendo novos motoristas foram reduzidos pela metade após o uso do simulador”, observou.

“Os novos condutores, através do simulador, podem vivenciar situações de risco, o que os torna mais preparados para as mesmas. As aulas com os simuladores se tratam de um exercício de direção defensiva”, destacou Nery.

Conforme o Detran, as aulas realizadas nos simuladores serão transmitidas aos órgãos executivos de trânsito para que sejam fiscalizadas e monitoradas. Os resultados dessas aulas serão passados para o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), em forma de relatórios estatísticos.

Redução nos acidentes
A obrigatoriedade do uso do simulador é um reflexo das estatísticas, de acordo com os órgãos de trânsito. Segundo o Detran, estudos realizados pelo National Center Injury, instituto do governo americano que realiza pesquisa com simuladores, o número de acidentes envolvendo motoristas recém-formados diminuiu em até 50% após o uso do equipamento.

A resolução 444 do Contran pode ser lida aqui (arquivo em PDF).