Cresce o número de mortes por Covid-19 entre pessoas que não tinham comorbidades
O número de pessoas que não tinham nenhuma comorbidade e mesmo assim morreram por Covid-19 vem crescendo no estado. A Maria das Dores, por exemplo, tinha 50 anos e era saudável. Ela não tinha nenhuma doença do grupo de risco do coronavírus, mas se tornou uma vítima no dia 16 de maio.
“Ela era uma pessoa saldável e a gente não esperava que isso fosse acontecer. Foi uma coisa muito rápida”, disse a irmã, Marcelina Rodrigues.
Todos os dias a Secretaria de Estado da Saúde divulga os dados da pandemia do Tocantins por meio desses boletins epidemiológicos. O relatório traz detalhes como se a vítima tinha alguma doença pré-existente ou não.
Os boletins do mês de maio trouxeram 331 mortes pela doença no estado. A cada dez óbitos, menos de quatro não tinham nenhuma comorbidade relatada. Nos primeiros nove dias de junho a porcentagem de quem não tinha doenças preexistentes subiu para 44%.
A mesma taxa do mês de abril quando os levantamentos trouxeram 517 mortes pela Covid-19, sendo 230 delas de pessoas sem doenças relatadas.
“Medidas restritivas e a vacina podem ser as respostas, pelo menos neste momento, para o mundo inteiro enquanto nós não temos certeza de que realmente o Covid é e o que ele faz em diferentes pessoas”, comentou a infectologista Sylvia Lemos Hinrichsen.
Testes de coronavírus no Tocantins — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
A vacinação no estado está avançando e a primeira dose chegou para quase 20% da população. Só que as pessoas sem comorbidades estão no fim da fila da imunização. Por isso, os números deixam claro que não dá para descuidar.
“A vacina melhor é aquela que estiver no nosso braço. Qualquer uma delas é importante que seja usada por cada um, além de manter as medidas restritivas, como a higiene das mãos, o distanciamento, não aglomerar”, disse a infectologista.
Quem teve que passar pelo luto ara o vírus faz o apelo. “Não pare para dizer assim: eu não tenho problema, eu sou saldável, não vou pegar isso. Vai, sim. Isso que eu estou passando, essa dor que eu estou sentindo, essa falta muito grande, que vocês não venham passar por isso”, disse a Marcelina Rodrigues.
Fonte: G1 Tocantins