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Cruzamento de dados põe sob suspeita gastos públicos de R$ 241,5 milhões no Tocantins

Utilizando recursos tecnológicos, o Tribunal de Contas do Estado do Tocantins (TCE/TO) identificou indícios de irregularidades na aplicação de R$ 241,55 milhões nos 139 municípios e órgãos do Estado.

O Centro de Gerenciamento de Informações Estratégicas utilizou as chamadas “trilhas eletrônicas” para identificar ações, fatos ou atos com indícios de irregularidades na administração pública tocantinense. Ainda foram utilizadas técnicas compartilhadas pela rede do projeto Observatório da Despesa Pública.

O conselheiro Manoel Pires dos Santos, titular da Primeira Relatoria, afirmou que as informações (Autos nº 9817/2018) tratam do levantamento e cruzamento de dados sobre o tema ‘Compras Públicas’, abrangendo unidades estaduais e municipais do Tocantins.

O trabalho foi iniciado em 2018, atualizado e concluído em 2019 e resultou na apuração de 48.377 ocorrências em 780 unidades jurisdicionadas dos 139 municípios e unidades gestoras estaduais, alcançando um montante financeiro de R$ 241,55 milhões em indícios de irregularidades apurados.

“Essa integração de metodologias, informações e tecnologias visa incrementar as ações do Tribunal de Contas do Tocantins na prevenção, combate à corrupção e no monitoramento das despesas públicas”, destaca o conselheiro Manoel Pires.

Segundo o chefe do Centro de Gerenciamento de Informações Estratégicas do TCE, Osli Adriel de Melo Setúbal, o trabalho foi realizado por meio de nove trilhas de auditoria sintetizadas contendo os indícios de irregularidades para cada uma delas, como por exemplo: Trilha 10 (Empresas contratadas e que constam do Cadastro de Empresas Inidôneas, Impedidas e Suspensas) e Trilha 13 (Despesas destinadas à pessoa física falecida) – abaixo, lista completa de todas as trilhas.

“O objetivo das trilhas é encontrar indícios que possam sinalizar irregularidades nas contratações públicas e também para criar insumos que sirvam de balizadores para as fiscalizações do Controle Externo do TCE”, destacou Setúbal.

Em alguns casos, os dados e informações analisados preliminarmente podem resultar em recomendações e/ou orientações aos responsáveis, e assim induzir a adoção de medidas corretivas pela própria administração, resultando em efetividade e melhoria da gestão pública, sem prejuízo das ações de fiscalizações realizadas pelo Tribunal.

Fiscalização

Os indícios de irregularidades encontrados por meio das trilhas serão disponibilizados para as Diretorias de Controle Externo ligadas às relatorias do TCE/TO, devendo os resultados serem considerados como subsídio para elaboração das propostas de fiscalização a serem submetidas a cada relator competente.

Conforme o TCE, alguns municípios já foram acionados sobre determinadas situações e fizeram as correções necessárias apontadas pela Corte, devendo o responsável anexar as medidas saneadoras na prestação de contas enviada ao Tribunal.

Descrição das trilhas de auditoria

1 – Empresas fornecedoras de Município/Estado que possuem sócios no CADUNICO

3 – Fornecedores (pessoas físicas) dos Municípios/Estado cadastrados no CADUNICO

5 – Fornecedor de bens/serviços (PF) de UG municipais/ estaduais, que são servidores públicos

6 – Servidores públicos (municipais e estaduais) sócios administradores de empresas

7 – Empresas contratadas por UG, cujos sócios administradores são servidores públicos (lotados em órgão/Ente diverso da contratante)

8 – Fornecedor de bens/serviços (Pessoa física) a Municípios/Estado que também é servidor público e sócio administrador de empresa

9 – Fornecedor (Pessoa Jurídica) do qual pelo menos 1 de seus sócios é agente público lotado no Ente/Órgão contratante

10 – Empresas contratadas e que constam do Cadastro de Empresas Inidôneas, Impedidas e Suspensas

13 – Despesas destinadas à pessoa física falecida

Fonte: AF Noticias