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Depois de prometer dossiê contra Kátia Abreu, mulher de Cachoeira depõe à CPMI nesta terça, às 10h15

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A atual mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, será ouvida nesta terça-feira, 7, às 10h15, pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). Ela deve ser questionada sobre a acusação de tentativa de chantagem ao juiz federal Alderico Rocha Santos. Segundo o magistrado, ela teria tentado chantageá-lo com ameaça de divulgar um dossiê com informações e fotos dele com políticos e empresários. Ainda conforme o juiz, Andressa teria também prometido desmoralizar a senadora tocantinense Kátia Abreu (PSD) durante seu depoimento.

No dia 30, ela foi detida, acusada de tentar chantagear o juiz Alderico Rocha, responsável por julgar o caso Cachoeira. Ela teria pedido a liberdade do bicheiro para impedir a divulgação de um dossiê contra o magistrado.

Conforme o portal R7, Andressa teria dito ao juiz que vai apresentar um dossiê contra Kátia quando falar à CPI. “Ela disse que no dia que for ouvida pela CPI vai desmoralizar a senadora. Disse que ela foi muito dura com Cachoeira e vai provar que ela passa na porta da casa deles todo dia pedindo dinheiro para campanha. Aí eu falei que esse era um problema entre ela e a senadora”, contou o juiz, segundo o R7.

Em nota, a senadora Kátia Abreu reagiu às declarações da companheira do contraventor Carlinhos Cachoeira. “A senadora Kátia Abreu informa que não vai se intimidar com ameaças de dossiês porque defende que a corrupção precisa ser combatida duramente e nisto os brasileiros e tocantinenses podem continuar contando com a sua disposição diária de lutar para que os corruptos sejam mandados para o lugar que merecem atrás das grades”, diz a nota.

Na nota dessa quarta-feira, 1º, Kátia afirma que “nunca esteve com o contraventor Carlos Cachoeira em sua residência ou em qualquer outro local, sequer foi-lhe apresentada e também não manteve encontros com nenhum preposto seu por qualquer motivo”.

Andressa ainda teria usado o nome do ex-governador Marcelo Miranda (PMDB) e de outras pessoas – um fazendeiro da região do Tocantins e Pará, conhecido como Maranhense, e um “Luiz”, que seria um amigo de infância do juiz – para supostamente tentar chantagear o magistrado.

Ao CT, o ex-governador Marcelo Miranda negou qualquer tipo de envolvimento suspeito com o juiz e repudiou as insinuações da mulher de Cachoeira. “Não conheço essa senhora. Uma coisa dessas é mais uma armação para tentar me prejudicar”, disse, afirmando que conhece o juiz uma vez que Santos já foi juiz federal no Tocantins, e confirmando que eles não se veem há muito tempo.

A CPI do Cachoeira ouvirá esta semana quatro pessoas supostamente ligadas à organização criminosa investigada pela comissão. Andressa foi a única dos quatro depoentes que ainda não impetrou habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o direito ao silêncio na CPI.

Outros dois depoentes podem ficar calados porque já obtiveram decisões favoráveis do Supremo: a ex-mulher de Cachoeira, Andréa Aprígio, e o contador Rubmaier Ferreira de Carvalho, apontado como responsável pela abertura de empresas que seriam usadas como fachada por Cachoeira para lavar dinheiro. O depoimento deles está marcado para quarta-feira, 8.

Outro convocado
Foi convocado para o mesmo dia o policial federal aposentado Joaquim Gomes Thomé Neto, apontado como um dos “arapongas” do grupo de Cachoeira. Ele havia sido convocado no início de julho, mas apresentou atestado médico. Thomé Neto já tem decisão favorável ao pedido de habeas corpus impetrado no STF para permanecer em silêncio na reunião. (Com informações da Agência Senado)

(Portal Cleber Toledo)