Do Terno ao Casual Corporativo

Do Terno ao Casual Corporativo

Como bem diz a última campanha McDonald’s (“quarteirão”): Tudo mudou! Embora o mundo tenha mudado e esteja cheio de inovações e valores desvirtuados, algumas coisas permanecem e tendem a permanecer por muito tempo, como o uso do paletó, por exemplo.

Símbolo de poder, força, sobriedade, elegância e virilidade, o terno é capaz de inspirar confiança e definir o lugar em que o homem se encaixa na sociedade. Durante muito tempo, pouca coisa mudou na estrutura da roupa de trabalho masculina, composta por paletó, colete e calça, feitos do mesmo tecido. Aliás, é bom lembrar que a palavra “terno” refere-se a este trio; quando não há colete, a palavra correta é costume.

Tudo mudou!

Já que tudo mudou, percebe-se que “o uso do terno tem diminuído, por causa do aumento da informalidade nos locais de trabalho, mas o uso do paletó avulso aumentou. Ele é a peça mais importante do guarda-roupa masculino, hoje”, afirma Ricardo Almeida, um dos mais badalados estilistas de moda masculina. “O homem põe uma camisa, um jeans e, na hora de sair para um almoço, um compromisso mais formal, veste o paletó e está bem.” “O homem só aceita mudanças no guarda-roupa quando elas são racionais. Se não tiverem uma razão aparente, são desprezadas”, diz.

Então man, provavelmente após sua formatura ou ingresso em um “trampo” bacana, mais refinado e que, acima de tudo, inspire confiança para seu público, você precisará compor um look adequado à imagem que pretende repassar. Isso se chama Marketing Pessoal!

Antes, as empresas primavam por uma primeira impressão impecável, formal, discreta. Hoje, em pleno auge da contemporaneidade, essas empresas não atraem muito clientes. As pessoas passam a ter cada vez mais a impressão de que essa empresa “é chata demais” para ter os produtos que elas procuram. Logo, surge um novo conceito e ele tem um nome que assusta mais que de fato deveras: Casual Corporativo. – Casual? – Casual, o quê?! Calma! Casual Corporativo não chega a ser um terno e gravata, mas está muito longe de ser jeans e camiseta branca com tênis sujo.

Embora dependa muito da empresa, este estilo prima pela informalidade, porém dá um tom profissional e comportado a quem veste. “Você não precisa usar gravata, tudo bem, mas também não é para ir com calça de moletom. Pense no look de uma forma geral e faça com que as peças combinem”, recomenda Khurshid Begum, especialista em moda.

O segredo é parecer arrumado sem ser formal. Isso quer dizer que suas roupas não devem estar deterioradas. Se você perceber que a parte das axilas já está amarelada ou que os colarinhos estão desgastados, troque a peça. E nada de usar roupas amassadas. Elas passam uma impressão de desleixo.

Algumas Dicas:

• Todo mundo tem um jeans, então, se você não tem uma calça jeans escura, de corte reto, precisa imediatamente de uma.

•  Se estiver tentando conter os gastos, mantenha as cores básicas. Não compre calças laranja ou camisas verdes, pois elas serão usadas com muita limitação. Prefira cores neutras, como azul, cinza e bege para fazer mais combinações com o mesmo grupo de roupas.

 

•  Tenha em mente a seguinte lição como algo fundamental: um cinto legal, um sapato de couro resistente, peças de cor cáqui, uma boa jaqueta e diversas camisas (duas brancas, duas azuis e duas listradas, para dar uma variada).

 

•  Se você for usar a gravata e estiver no ambiente certo, poderá até usar tênis para contrastar com o look.

 

•  NAS LOJAS: Escolha marcas masculinas mais modernas como Aramis, Osklen, Reserva, VR, CKJ… Tudo bem! Nós sabemos que elas estão acima do que você gostaria gastar, mas é apenas para se inspirar. Escolha alguns looks básicos dessas lojas (até mesmo na vitrine) e use-os como ideias antes de ir até lojas mais acessíveis ou as lojas de departamento como Renner, Riachuelo, C&A, Marisa…Olha que legal! Temos muitas opções. Essas lojas sempre acompanham as grandes tendências e até tem uma qualidade bem arrazoada. Basta saber “caçar”!

A sobrevivência secular do paletó e seu poder de adaptação são impressionantes. Em suas inúmeras formas, o traje tem a capacidade de traduzir o espírito do seu tempo, o zeitgeist (espírito da época). Por sua construção técnica refinada, carregada de excelência, acaba por ser aceito de forma praticamente universal.

No final, todos prestam reverência a ele. E, ao que tudo indica, continuarão prestando até onde se consegue enxergar.

Um abraço e até a próxima publicação!

 

CONTEMPORÂNEO: Moda masculina com conteúdo e originalidade.

JC Hetz Botelho – Colunista