Donos de academias e feirantes se sentem discriminados e pedem apoio à Câmara de Araguaína
Feirantes e proprietários de academias de Araguaína foram à Câmara Municipal, nesta quarta-feira (17), pedir apoio dos parlamentares para o retorno das atividades. Os vereadores suspenderam a sessão por duas vezes para ouvir as categorias.
Conforme os feirantes, o auxílio emergencial de R$ 600 não está dando para pagar as contas rotineiras, que incluem água e luz, nem a cesta básica tem sido suficiente para sustentar a família.
“A cesta básica não está dando para manter a família, pois em muitas casas moram de 4 a 6 pessoas. Queremos saber por que os feirantes não podem trabalhar. Os restaurantes já estão abertos! Pedimos ajuda aos vereadores, pois estamos pedindo socorro! Tem gente que não aguenta mais e às vezes nem está buscando a cesta porque não tem dinheiro para o transporte”, desabafou Heuzelany Ferreira, feirante há cerca de 20 anos.
O vereador Divino Bethânia Junior se posicionou a favor da categoria, mas lembrou da enorme responsabilidade que recai sobre o prefeito Ronaldo Dimas.
“A tarefa do prefeito não está fácil não! De um lado gente querendo abrir e do outro, pessoas querendo fechar. Apego-me à responsabilidade dos dados científicos, pois escuto os especialistas e acompanho os trabalhos divulgados pelo mundo sobre o coronavírus. Passo o dia ouvindo opiniões para ter um juízo de valor. Apresente um estudo que mostre que a feira municipal é mais contaminante que as portas do banco? Até onde eu sei, vai à feira quem quer. A liberdade das pessoas foi mantida, mas é preciso ter responsabilidade. Ou viveremos escravos desse coronavírus para o resto da vida?”, argumentou.
O vereador Marcus Marcelo, que é pré-candidato a prefeito pelo PL, também defendeu o funcionamento das feiras com medidas de segurança, a exemplo do espaçamento entre as barracas.
“Podemos pegar o exemplo de outros municípios que ampliaram o espaçamento nas feiras, entre as barracas. Precisamos nos adequar à nova realidade. Vamos achar uma saída para isso! Vejo uma questão pior, que é nas portas de bancos, pois tem momento que é muito pior que feira”, disse.
ACADEMIAS
Na reunião com os vereadores, os donos de academias afirmaram que vários Estados já permitiram a reabertura, inclusive a capital Palmas. Eles argumentam ainda que são atividades consideradas essenciais para a população.
“O público da academia é conhecido e não possui uma circulação de pessoas desconhecidas. Os profissionais conhecem seus clientes. Quem vai à academia está em busca de saúde. Havendo um protocolo de segurança, não há um aumento de risco de contaminação. Estamos sem entender o porquê de impedir o funcionamento. Não queremos que fechem os outros, só queremos entender. No restaurante ninguém bebe e come com máscara, além de receber gente diferente todos os dias. E qual o motivo dessa discriminação e diferenciação com as academias?”, questionou Roger Kunh, proprietário de uma academia esportiva de tênis.