Editor que teve o braço amputado por erro médico morre esperando cumprimento de decisão judicial contra o Estado para novo tratamento
Chegou ao fim a luta do editor de imagens, Ricardo de Oliveira Rosa (40 anos), que morava em Araguaína e há três anos descobriu que sofria de um câncer raro.
Ricardo Rosa morreu na tarde dessa sexta-feira (16), no Hospital do Câncer de Barretos onde foi internado no início desta semana. O caso de Ricardo comoveu e chamou a intenção de internautas principalmente depois da notícia de que ele teve o braço amputado por causa de um tratamento que foi feito de forma errada.
O sofrimento de Ricardo Rosa começou há três anos quando, segundo a mãe dele, Maria José Oliveira, ele caiu de uma moto e furou a mão com um espinho, “Teve uma feridinha, foi em um médico, fez a cirurgia e tirou o pequeno caroço. Depois, ele foi crescendo e ele não foi imediatamente atrás do resultado”, contou em entrevista ao G1.
Em 2014, Ricardo teve o braço esquerdo amputado no Hospital Geral de Palmas (HGP). Depois, foi encaminhado para Goiânia para fazer radioterapia. “Só depois que ele veio de Goiânia e de Palmas, que ele tinha feito duas quimioterapias, ele foi encaminhado para Barretos e os médicos descobriram que o tratamento não era aquele”, afirmou a mãe na entrevista.
Segundo especialistas, o tipo de câncer acometido por Ricardo é raro e agressivo e não responde a radioterapia ou a quimioterapia. Os médicos indicaram um tratamento chamado imunoterapia que não é disponibilizado pela rede pública de saúde do Tocantins e custa R$ 3 milhões de reais. O editor procurou a justiça e ganhou o direito de fazer o tratamento correto, mas apesar da decisão favorável, ele ainda esperava na justiça o cumprimento da sentença por parte do Governo do Estado.
Em nota à imprensa, a Secretaria de Estado da Saúde informou que já foi notificada da decisão judicial do paciente e que o medicamento ipilimumab é de alto custo, importado e não faz parte da relação nacional de medicamentos utilizados pelo sistema único de saúde.
A Secretaria argumentou ainda que a competência de alterações, incorporação ou exclusão de novos medicamentos, produtos e procedimentos disponíveis para a população pelo SUS é de responsabilidade do Ministério da Saúde.
Nos últimos dias, Ricardo Rosa foi novamente internado no Hospital Regional de Araguaína (HRA), onde depois de um procedimento para retirada de líquido ele conseguiu ser levado na segunda-feira (12), para Barretos onde permaneceu internado no Hospital do Câncer à espera do início do tratamento, mas não resistiu e morreu hoje.
Em seu perfil no Facebook, o editor já fez sua última postagem na noite de terça-feira (13), onde ele aparentemente desacreditava que poderia sobreviver ao câncer:
(Portal O Norte)