‘Ele gostava de ajudar todos’, diz pai que autorizou doação de órgãos do filho de 17 anos após morte cerebral

Para o pai de Alcides Neto, o lavrador Alves Márcio Ribeiro, a família não era a favor dessa opção anteriormente, mas aceitou doar os órgãos do filho para homenagear a bondade do jovem e a forma como ele tratava outras pessoas.

“Nós fomos criados em uma cultura que era contra esse tipo de ação. Mas ele era uma pessoa de ajudar os outros e um menino muito amado e excepcional. E como ele teve a morte cerebral e seus órgãos estavam perfeitos, nós optamos por ajudar outras pessoas, porque ele sempre ajudou quem estava ao seu redor. Alcidinho era um menino de ouro. Nada mais justo”, explicou o pai.

Os órgãos de Alcides Neto vão beneficiar cinco pessoas, segundo Marilia Ribeiro, coordenadora da Central de Transplantes do Estado. “A família conseguiu ressignificar esse momento de dor a transformar em solidariedade. Então essa vida vai salvar mais cinco pessoas”, diz.

A coordenadora explica ainda que a família precisa concordar com a doação dos órgãos do ente que faleceu, mas que isso não ocorre com frequência. “Infelizmente temos uma taxa de recusa muito alta, esses valores oscilam entre 80% e quase 100%, e isso influencia na fila nacional, de quase 55 mil pacientes aguardando por um órgão. Então a gente precisa conscientizar e deixar em vida a vontade de ser um doador”, diz.

No final da tarde desta quinta-feira, colegas de Alcides Neto estiveram na porta do HGP para prestar homenagens no momento em que os órgãos partiram para o Aeroporto de Palmas.