Em 24h, casos de coronavírus aumentam 100% em pequena cidade no norte do Tocantins
São Miguel do Tocantins, município na região do Bico do Papagaio com 12.139 habitantes, apresenta um quadro preocupante de casos de coronavírus e a população está apreensiva.
Em apenas 24 horas, o número de pessoas infectadas pela covid-19 dobrou, saltando de 9 para 18 casos nessa terça-feira (05), tornando-se o epicentro da doença no extremo norte do estado.
Entre os novos pacientes há duas crianças, de 2 e 7 anos, e dois idosos, de 62 e 73 anos.
Dos 18 pacientes de São Miguel, 17 estão em isolamento domiciliar com sintomas leves e 1 hospitalizado, conforme a Secretaria Municipal de Saúde.
Para a gestão municipal, o aumento de casos ocorre devido à “intensa investigação” feita por parte das equipes de saúde do município, vez que a administração da cidade “não tem medido esforços para o enfrentamento desta pandemia”.
UMA DAS MAIORES TAXAS DO BRASIL
Proporcionalmente, é como se o município de São Miguel tivesse 150 casos por 100 mil habitantes – uma das maiores taxas do Brasil.
Na segunda-feira (4), essa proporção em Araguaína era de 58 casos por 100 mil e no Brasil, 48 por 100 mil habitantes.
O grande número de casos em São Miguel pode ter íntima relação com a proximidade de Imperatriz (MA), onde já foram confirmados 261 casos da doença até essa terça. Os dois municípios são divididos apenas pelo Rio Tocantins.
DIVISA COM MARANHÃO
Com a proibição da circulação de ônibus de transporte de passageiros na divisa entre o Tocantins e o Maranhão, São Miguel vem sendo um “ponto de apoio” para a travessia irregular. Muitos ônibus seguem até a cidade e embarcam seus passageiros carros de passeio para serem levados até o estado vizinho.
Por isso, a Prefeitura de São Miguel baixou decreto proibindo o embarque e desembarques de passageiros e defende o fechamento da divisa entre o Tocantins e Maranhão.
PREOCUPAÇÃO
Nas redes sociais, os moradores da cidade demonstram preocupação com o aumento no número de casos e cobram mais informações a respeito dos pacientes infectados.
“Seria bom se informassem a quantidade de pessoas infectadas por bairros”, sugeriu uma moradora.
“Eles não falam por que iria expor a pessoa. Nós temos que saber que no nosso município tem um número X de pessoas infectadas, que pode ser a pessoa que está do meu lado direito ou do lado esquerdo. E agora, o que eu vou fazer a respeito? Isso é mais importante nesse momento”, comentou outra moradora do município.
