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Em 8 meses, assassinatos no Brasil caem 22%; mapa mostra índice nacional de homicídios atualizado até agosto

O Brasil teve uma queda de 22% no número de mortes violentas registradas nos primeiros oito meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2018. É o que mostra o índice nacional de homicídios criado pelo G1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.

Somente em agosto, houve 3,1 mil assassinatos, contra 3,9 mil no mesmo mês do ano passado. Já no período que engloba os oito meses, foram 27.517 mortes violentas — 7,9 mil a menos que o registrado de janeiro a agosto de 2018 (35.422).

A tendência de queda nos homicídios do país tem sido mostrada pelo G1 desde o balanço de 2018 – a maior queda dos últimos 11 anos da série histórica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com 13%. Já no 1º semestre deste ano, a queda foi de 22% – percentual que se mantém.

O número de assassinatos, porém, continua alto: 114 pessoas morreram por dia, em média, no país em 2019.

O levantamento faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Os dados apontam que:

  • o país teve 27,5 mil assassinatos de janeiro a agosto, 22% a menos que em 2018
  • houve 7.905 mortes a menos na comparação dos dois anos
  • todos os estados do país apresentaram redução de assassinatos no período
  • três estados mantiveram uma queda superior a 30% no ano: Ceará, Rio Grande do Norte e Acre
Mortes mês a mês — Foto: Rodrigo Cunha/G1

Mortes mês a mês — Foto: Rodrigo Cunha/G1

Razões para a queda

Nos três estados com a maior queda (Acre, Ceará e Rio Grande do Norte), integrantes e ex-integrantes dos governos e entidades apontam algumas medidas para explicar o fenômeno. São elas:

  • ações mais rígidas em prisões, como constantes operações de revistas e implantação do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD)
  • isolamento ou transferência de chefes de grupos criminosos para presídios de segurança máxima
  • criação de secretaria exclusiva para lidar com a administração penitenciária
  • criação de delegacia voltada para investigar casos de homicídios
  • integração entre as forças de segurança e justiça
  • maior investimento em inteligência policial
  • adoção de programas de prevenção social

Já o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, atribui a queda no número de mortes violentas no país a esforços de governos locais e do governo federal, citando recordes de apreensão de drogas e transferência de chefes de facções criminosas para presídios federais como medidas que surtiram efeitos nos índices de criminalidade. Moro também afirma que o governo está com uma política de tentar retomar o controle de vários presídios do país.

Brasil tem queda de 22% no número de assassinatos — Foto: Rodrigo Cunha/G1

Brasil tem queda de 22% no número de assassinatos — Foto: Rodrigo Cunha/G1

Como o levantamento é feito

A ferramenta criada pelo G1permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos mês a mês no país. Estão contabilizadas as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Juntos, estes casos compõem os chamados crimes violentos letais e intencionais.

Jornalistas do G1 espalhados pelo país solicitam os dados, via assessoria de imprensa e via Lei de Acesso à Informação, seguindo o padrão metodológico utilizado pelo fórum no Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Em março, o governo federal anunciou a criação de um sistema similar. Os dados, no entanto, não estão atualizados como os da ferramenta do G1. O último mês em que há informações disponíveis para todos os estados é junho.

Os dados coletados mês a mês pelo G1 não incluem as mortes em decorrência de intervenção policial. Isso porque é mais difícil obter números em tempo real e de forma sistemática com os governos estaduais. O balanço de 2018 foi publicado pelo Monitor da Violência em abril. O balanço do 1º semestre de 2019 também já foi divulgado, neste mês.

Fonte: G1