Em Araguaína, reformam-se UBS, mas faltam medicamentos; constrói-se UPA, mas faltam recursos para funcionamento
A falta de saúde pública de qualidade é o maiorclamor da sociedade. Basta recordarmos das recentes audiências públicas realizadas em Araguaína para debater o assunto, das ações movidas pelos Ministérios Públicos Estadual e Federal [inclusive na tentativa de evitar o fechamento da Clínica São Francisco e também para garantir a continuidade do atendimento no HDT durante o processo de federalização], e antes disso, das fabulosas promessas de campanha eleitoral que, dada a fragilidade do sistema e necessidade da população, conquistaram a simpatia de um povo carente por mais saúde e segurança pública.
Impossível não lembrarmos do “Médico na Porta”, dos “17 hospital regionais”, das “Clínicas da Mulher” e também do “Hospital Geral de Araguaína”. Já um pouco mais recente, sonhamos com a marcação de consultas via 0800, com as UPA especializadas para crianças, mulheres e idosos [uma inauguração a cada ano] e também do remédio na porta para os hipertensos, dentre outras.
Acontece que de sonhos e fantasias, nem os contos de fadas sobrevivem. E, infelizmente, hora ou outra somos acordados pela realidade e percebemos que nada disso foi cumprido em 3 anos de Governo Siqueira Campos, e pouquíssimo se fez em quase um ano de Governo Dimas.
Em Araguaína, reforma-se Postos de Saúde, mas faltam medicamentos. Constrói-se UPA, mas faltam recursos para colocá-la em funcionamento. Fica até parecendo que o Orçamento de 337 milhões foi apenas argumento eleitoreiro; uma projeção irreal.
Lembro-me quando dizia Siqueira Campos: “se não roubar, dar”, mas não deu. Apesar disso, esperamos que Araguaína tenha jeito, como pregou Ronaldo Dimas, mas não aquele jeitinho brasileiro, de promessas não cumpridas, população não respeitada ou aplicação de dinheiro público naquilo que não é essencial.
Não que o prefeito não tenha seus méritos por muitas das ações já realizadas, e que vem realizando, principalmente na infraestrutura urbana, mas infelizmente, a saúde ainda padece e carece de maior atenção.
Nos postos de saúde (UBS)
Recentemente ouvi muitas reclamações quanto à falta de medicamentos nos postos de saúde, inclusive as principais vacinas para crianças [tríplice viral ou tetravalente e DTP]. Esta quinta-feira (26) tive o dissabor de conhecer pessoalmente essa realidade quando levei minha filha em duas UBS.
As respostas que ouvimos são variadas: não há vacinas; só na quinta-feira; só após o dia 10 de outubro. Além disso, a funcionária confessou que não se trata de um caso isolado, mas de problema que se repete constantemente. Já para as mães de famílias é necessário se submeter à sorte e maratona de idas e vindas na tentativa de encontrar as vacinas.
Ainda quando falamos na atenção às crianças, lembro-me das críticas já feitas neste espaço em relação ao Hospital Municipal de Araguaína que faz um atendimento ‘a portas fechadas’. Isso significa que as crianças são submetidas a um teste de resistência na UPA do Araguaína Sul antes de serem encaminhadas ao HMA. Em resumo, o Hospital está subutilizado e as crianças desassistidas, como bem lembrou a promotora de justiça Araína D’Alessandro.
Explicações
Em resposta as nossas cobranças, a prefeitura disse que foi protocolado um pedido da Secretaria Municipal de Saúde na ordem de 2 mil doses de tríplice viral, mas o Ministério da Saúde só enviou 200 doses para Araguaína neste mês.
Ainda conforme a prefeitura, essa vacina não pode ser comprada pelo município e orientou que as pessoas liguem para 3411-0753 e perguntem quais UBSs ainda têm vacinas. A tendência é normalizar no próximo mês, segundo as explicações.
O que nos resta, portanto, a não ser esperar?
(AF Notícias)