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Em carta à nação, Bolsonaro recua, exalta qualidades de Moraes e bolsa sobe 1,72%

Em uma carta à nação divulgada na tarde desta quinta-feira (9) pelo Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro amenizou o tom e afirmou que nunca teve “nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes”.

A sinalização de trégua ocorre no momento de grave crise institucional após ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de ‘canalha’.

“Quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorrem do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum. Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do Ministro Alexandre de Moraes”, escreveu Bolsonaro.

A Bolsa de Valores (B3) disparou 1,72% após a divulgação da carta, depois de sofrer um tombo de 3,78% nessa quarta-feira (8/9).

Em outro trecho da carta, elaborada em 10 tópicos, Bolsonaro reitera o seu respeito “pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição”.

O pronunciamento oficial foi divulgado no mesmo dia em que Bolsonaro enviou um avião da frota presidencial para buscar o ex-presidente Michel Temer em São Paulo. O emedebista chegou em Brasília por volta das 11h e se reuniu com Bolsonaro e o advogado-geral da União, Bruno Bianco, em um encontro que não foi divulgado pelas agendas oficias da Presidência e da Advocacia-Geral da União (AGU).

Em fevereiro de 2017, Temer, então presidente, indicou Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal – à época ministro da Justiça, Moraes ocupou a cadeira deixada por Teori Zavascki, que morreu em janeiro daquele ano após queda de avião no Rio de Janeiro.

Na publicação, Bolsonaro também reconhece que boa parte das “divergências” decorrem de “conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news. Mas na vida pública as pessoas que exercem o poder não têm o direito de ‘esticar a corda’, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia”.

Leia abaixo a íntegra da carta: 

Declaração à Nação

No instante em que o país se encontra dividido entre instituições é meu dever, como Presidente da República, vir a público para dizer:

1. Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar.

2. Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo Ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news.

3. Mas na vida pública as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de “esticar a corda”, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia.

4. Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum.

5. Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do Ministro Alexandre de Moraes.

6. Sendo assim, essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art 5º da Constituição Federal.

7. Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país.

8. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição.

9. Sempre estive disposto a manter diálogo permanente com os demais Poderes pela manutenção da harmonia e independência entre eles.

10. Finalmente, quero registrar e agradecer o extraordinário apoio do povo brasileiro, com quem alinho meus princípios e valores, e conduzo os destinos do nosso Brasil.

DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA

Jair Bolsonaro

Presidente da República federativa do Brasil

Bloqueios de rodovias

Caminhoneiros bolsonaristas que participaram dos atos de 7 de Setembro bloquearam rodovias pelo Brasil para impedir o transporte de cargas. A liberação só começou depois que Bolsonaro e o ministro Tarcísio Freitas fizeram um apelo à categoria.

Pelo país, os protestos de caminhoneiros seguem em 13 estados, mas sem registros de trechos bloqueados, segundo o boletim das 14h do Ministério da Infraestrutura, com dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

No Tocantins, o bloqueio segue na BR-153 em Araguaína. Segundo a PRF, foram liberados os bloqueios em Paraíso e Gurupi, contudo, voltou a ser bloqueado nesta última cidade momentos depois.

Fonte: AF Noticias