Especialista alerta para os perigos do beijo na boca com ‘promiscuidade’
Dia 12 de junho é sempre a mesma história. Reportagens falando sobre presentes, sugestões de programas a dois, receitas para desencalhar e todo aquele apoio à indústria que fatura em cima dos casais. A data pode ser um pesadelo para quem está sem par, mas nem tudo está perdido. Já imaginou o que você “ganha” ao evitar contatos labiais nesse dia tão propício?
O cirurgião dentista Aonio Vieira alerta: “Em apenas um milímetro de saliva saltitam 150 milhões de bactérias, muitas delas causadoras de doença”. A saliva, como você deve ter aprendido na escola, contém uma enzima digestiva que decompõe o amido contido dos alimentos. Por causa disso, os lábios carnudos daquela mulher dando mole na balada podem muito bem ser considerados um ninho de bactérias. Principalmente se a moça em questão não escova os dentes com tanta frequência.
Entre as doenças que podem ser transmitidas em um simples contato bucal estão a cárie, a piorréia (inflamação na gengiva), herpes labial (infecção na mucosa bucal), gripe, mononucleose (anormalia na corrente sanguínea), citomegalovírus (infecção permanente), meningite meningocócica (inflação das membranas que envolvem o cérebro) e até mesmo hepatice C, principalmente se um dos protagonistas já tiver problemas na gengiva.
E olha que ainda nem falamos sobre o emblemático caso de Michael Douglas. Ao comentar o estágio do câncer que sofre na garganta, Douglas disse que a doença foi causada por um vírus do tipo HPV, transmitido através da prática excessiva de sexo oral, que nada mais é do que um longo e articulado contato carnal entre a boca e os lábios vaginais – e os especialistas confirmam que isso pode realmente ter agravado a situação do ator.
Assustou?
Calma lá. Em ambas as situações, os riscos de transmissão só se tornam realmente altos para pessoas que trocam de parceiros num curto espaço de tempo – algo como sete parceiros diferentes em duas semanas, por exemplo. “Beijar é muito bom e saudável, desde que sem muita promiscuidade, para que você não corra o risco de se contaminar”, explica o Dr. Aonio.
Ou seja, trocar fluídos com uma só pessoa que cuida bem de seus dentes e lábios não oferece algo que podemos classificar como perigo.
E o autor que vos fala, que no começo até tentou dar uma aliviada na vida de solteiro, termina com um conselho de irmão para você, leitor solitário: abra o coração, dê um tapa na autoconfiança, arranje uma namorada – e capriche no fio dental.
(gq.globo.com)