Estado não cumpre decisão judicial e bebê corre risco de morte no TO
Apesar da determinação da justiça de que o governo do estado forneça medicamento para o tratamento da menina Rafaela Sousa Ferreira, de sete meses, que sofre de uma doença rara, a família não recebeu o remédio até está quinta-feira (27). O prazo dado ao governo para cumprir a decisão, venceu na semana passada.
Segundo o pai, o mototaxista Cleidivam Sousa, a família tem apenas um frasco do remédio, o diazóxido, que deve durar cerca de 15 dias, o que aumenta o desespero da família, porque segundo o pai, a filha pode morrer sem a medicação. “A minha mulher ligou ontem [quarta] na farmácia do hospital regional e ainda não tinha chegado. O último frasco, nós pegamos um dinheiro emprestado e compramos”, explica, lembrando que o remédio, com 30ml custa mais de R$ 1,6 mil.
A criança toma o medicamento três vezes ao dia, a cada oito horas são 0,4 ml, totalizando 1,2 ml ao dia. Com medo de que o frasco termine antes que o estado forneça o remédio, o pai conta que estão aumentando os intervalos entre uma dose e outra. “Estamos dando de 12 em 12 horas, para ganhar mais tempo até que o estado possa ceder o medicamento.” Segundo ele, um frasco dura cerca de 25 dias.
Sousa conta que quando estiveram em Brasília, onde a criança faz tratamento, a família ganhou algumas amostras do remédio, mas em cinco meses, eles nunca receberam o medicamento do governo do estado. “É triste, a gente não tem condições para comprar e a gente está se virando para não acontecer nada, porque pelo filho da gente, a gente faz qualquer coisa.”
Ainda nesta semana, a Sesau informou que iria notificar a empresa vencedora da licitação para a entrega imediata do remédio. Nesta quinta-feira (28), o órgão afirma, por nota, que o medicamento foi adquirido no dia 8 de novembro e, que por ser importado, houve um atraso na entrega, mas já está no Brasil e aguarda liberação da alfandega. A previsão é que o produto chegue em Araguaína na sexta-feira (29). A nota diz ainda que foram adquiridos oito frascos do remédio, totalizando R$ 8,5 mil.
Doença
O bebê ficou doente porque ingeriu o líquido da placenta da mãe, durante o nascimento, e ficou com hiperinsulinismo, que é o excesso de produção de insulina pelo pâncreas. A renda da família não ultrapassa dois salários mínimos. O pai trabalha como mototaxista e a mãe como babá, em Araguaína, no norte do estado.
(G1)