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Ex-secretário de infraestrutura do Estado se entrega à Polícia Federal

kaka_nogueira_divulgacaoO ex-secretário de infraestrutura do Estado Kaká Nogueira se entregou à Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (14). Ele é um dos alvos da operação Ápia, que investiga o desvio de recursos federais na construção e recuperação de rodovias no Tocantins. A suspeita é de que o grupo tenha desviado R$ 200 milhões. Conforme a PF, outros presos devem se entregar durante o dia.

A operação começou na manhã desta quinta-feira (13) e até o fim da noite 13 pessoas já estavam detidas na Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPP). Conforme a Justiça Federal, os presos passarão por audiência de custódia durante esta sexta-feira (14).

O ex-governador Sandoval Cardoso (SD), que se apresentou no começo da noite de quinta-feira (13), deve ser o último a ser ouvido pelo juiz. Ele chegou à sede da PF dirigindo um carro de passeio e depois foi levado para Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP). A defesa dele disse que vai colaborar com as investigações.

Esquema
Segundo informações da Polícia Federal, a organização suspeita de fraudar licitações de terraplanagem e pavimentação asfáltica no Tocantins funcionava em três núcleos compostos por políticos, servidores públicos e empresários. A suspeita é de que o grupo tenha desviado R$ 200 milhões.

O superintendente regional da PF no Tocantins, Arcelino Vieira, disse que os núcleos eram formados com a intenção de fraudar e burlar a fiscalização de forma a conseguir lucrar com os serviços, que muitas vezes não eram executados.

“O núcleo político era composto por pessoas que compunham o alto escalão do Estado, dois ex-governadores [Sandoval Cardoso e Siqueira Campos] que, através de contratos com Banco do Brasil, conseguiram empréstimos internacionais”, disse.

O delegado explicou que os empréstimos estavam fundamentados em uma lei estadual, a qual também autorizou o estado a criar um comitê executivo que gerava os recursos e os distribuía para várias secretarias estaduais. Uma delas era a Secretaria de Infraestrutura (Agetrans) que fazia a licitação e o acompanhamento de todas as obras.

Segundo a investigação da PF, os recursos conseguidos através de três linhas de crédito somavam R$ 1,2 bilhão. Deste valor, a Agetrans ficou com R$ 850 milhões para investir em obras nas rodovias, mas os contratos receberam aditivos que se computados, ultrapassariam R$ 1 bilhão.

“Os editais eram recheados de cláusulas restritivas à concorrência que favoreciam empresários do grupo. Ao final se constatou que havia ajuste de preços para dividir o lote entre seis empresas. Está bem clara a existência de um cartel para o fim de fraudar as licitações e desviar dinheiro público federal”, explicou o procurador da república José Ricardo Teixeira.

(G1))