Guedes nega descontrole da inflação e afirma que taxa entre 7% a 8% está ‘dentro do jogo’
O ministro da Economia, Paulo Guedes, negou nesta segunda-feira (23) que a inflação esteja fora de controle no Brasil. Isso porque, segundo Guedes, o mundo inteiro está enfrentando uma alta de preços semelhante.
O ministro também disse considerar que uma inflação entre 7% e 8% está “dentro do jogo”. O acumulado dos últimos 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 8,99%.
“A inflação sobe um pouco, todo mundo [fala em] ‘descontrole’. Não é descontrole, a inflação está subindo no mundo inteiro”, afirmou, durante evento virtual promovido pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
“A inflação americana vai ser 7% neste ano, a nossa ser 7%, 8%, estamos dentro do jogo”, completou o ministro.
A inflação brasileira atual sofre forte influência da crise hídrica e dos preços dos combustíveis. No ano, o IPCA – a inflação oficial do país – acumula alta de 4,76%.
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Fora da meta
Desde março, o índice acumulado em 12 meses tem ficado cada vez mais acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para a inflação deste ano, que é de 5,25%.
O centro da meta de inflação, que em 2021 é de 3,75%, ficou longe dos números reais da economia faz tempo.
O mercado financeiro, segundo o último Boletim Focus, prevê que a inflação vai terminar o ano em 7,11%. Foi a vigésima alta seguida nessa projeção.
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Banco Central
Guedes também afirmou, no evento desta segunda, que o Banco Central – agora, formalmente independente do governo – vai conseguir enfrentar o problema da inflação.
A lei que deu autonomia ao BC foi sancionada em fevereiro, mas é questionada no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta inconstitucionalidade. O STF deve julgar o tema a partir da próxima quarta (25).
Na última sexta-feira, Guedes reconheceu que o governo pode utilizar instrumentos adicionais para ajudar no controle da inflação:
- baixar as tarifas do Mercosul – a medida requer aprovação unânime pelos países do bloco comercial, mas a Argentina já se declarou contrária à mudança.
- reduzir o Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), o que seria uma terceira etapa da reforma tributária do governo e, por isso, dependeria de aprovação do Congresso.
Fonte: G1 Economia