HALITOSE
É considerado HÁLITO todo ar expelido pelos pulmões que sai pelas cavidades respiratórias. O normal é que esse ar seja inodoro ou quase imperceptível pelas pessoas ao seu redor.
Nosso hálito pode sofrer alterações temporárias ou mesmo contínuas. Essas alterações também passam por diversos níveis de intolerância. Quando expiramos um ar com odor desagradável ou mesmo insuportável, chamamos de HALITOSE, que é o nome científico para o mau hálito. Grandes mitos circulam acerca desse tema, e é isso que vamos fazer nessa coluna, tentar esclarecer quais são as causas reais da halitose, seus mitos e as formas de prevenção.
A alteração do hálito não é considerada uma doença, e sim, um sinal de desequilíbrio no corpo do indivíduo. Há cerca de sessenta fatores conhecidos que favorecem a halitose, e podem ser de origem bucal ou extra-bucal, como vias aéreas e disfunções sistêmicas.
Um grande mito que ronda o imaginário da população é o de que pessoas que tem hálito desagradável permanentemente, tem problemas digestivos. Como disse anteriormente, não passa de uma crença popular, pois apesar de as disfunções gástricas poderem influenciar no ar que expiramos, cerca de 95% dos casos de halitose tem origem na boca. Só 5% tem origem sistêmica, ou seja, parte de dentro do corpo.
As principais causas do mau hálito são:
• Saburra lingual – A camada branco-amarelada, que se forma em cima da língua, recebe esse nome e é considerada a principal causa do odor desagradável. É importante escová-la ou usar raspadores específicos após as refeições;
• Desuso do fio dental – Não usar fio dental é tão ruim quanto não escovar os dentes, já que a escova não consegue alcançar as faces interdentais. Quando estamos viajando e cruzamos com um animal morto na estrada, o cheiro forte penetra no veículo mesmo com os vidros fechados. As fibras de carne e outros restos de alimentos que ficam presos entre os dentes, não poderiam ter outro destino, senão entrar em estado de decomposição dentro da boca. Portanto, não seria exagero afirmar que alguém está com o hálito podre;
• Doenças da gengiva – Inflamações e infecções gengivais, conhecidas como gengivites e/ou periodontites, tem grande influência no hálito, já que as bactérias que colonizam essa região, além de decompor matéria orgânica, liberam gases fétidos. Portadores de diabetes são mais susceptíveis a essas doenças. A escovação correta e uso de fio dental previnem esses problemas;
• Infecções de garganta – Amidalites e faringites também provocam um estado provisório de mau hálito, assim que tratadas, as condições do hálito também voltam ao normal;
• Causas sistêmicas e externas – Estas se enquadram naquela parte que menos ocorre nos casos de hálito desagradável. Podem ser por jejum prolongado, consumo de bebidas alcoólicas (o álcool no organismo pode modificar a composição da saliva, tornando-a cetônica), cigarro, alho, cebola, distúrbios gástricos, salivação deficiente, dentre outras.
Para tratar esse mal, a primeira medida a ser tomada é procurar um cirurgião dentista para diagnosticar a causa e procurar eliminar a origem do problema, porém, seguem algumas dicas para prevenir esse mal.
Não se assustem com essa afirmação, mas a porta de entrada dos alimentos, a boca, pode ser mais contaminada que a de saída. Portanto, bons hábitos de higiene para manter limpos e saudáveis dentes, língua e gengivas são medidas óbvias de prevenção. Devemos evitar também a ingestão de álcool, temperos fortes, tabaco. Fazer bochechos e gargarejos com antissépticos também ajuda.
A saliva em abundância é um grande aliado na defesa da nossa saúde bucal, inclusive no combate à cárie e manutenção do hálito normal. Pessoas com xerostomia, nome dado à deficiência de salivação, devem buscar a solução profissional para o problema. A água é a chave da saúde geral, portanto, ingerir pelo menos dois litros d’água por dia é importante para que tenhamos uma boa salivação e consequentemente, bom hálito.
Concluímos assim, que para termos um hálito agradável, devemos ter higiene impecável, selecionar alimentos e hábitos, além de tomar muito líquido durante todo o dia para a manutenção da saúde. Não podemos esquecer que ter um hálito desagradável não irá causar somente constrangimento, pode dificultar também o convívio social e, porque não dizer, profissional.
Espero ter esclarecido, pelo menos superficialmente, as dúvidas mais frequentes sobre o tema. Logo abaixo temos um espaço para comentários, que usaremos para responder quaisquer eventuais dúvidas que não foram comentadas aqui. Grande abraço a todos.
Dr. Márcio J. Fonseca
Cirurgião Dentista
Endodontista
CRO-TO: 1174
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ORTO FACE
3415.2980
CLÍNICA VITAL
3412.5652