Halum critica o silêncio do Governo quanto às greves das universidades
Na tarde desta terça-feira, 5, o deputado federal César Halum ocupou a tribuna da Câmara dos Deputados e asseverou ao dizer que está indignado quanto à omissão do Governo em relação à greve das universidades federais do Brasil. De acordo com o parlamentar 80% das instituições estão em greve e algumas necessitam de atenção especial, como a Universidade Federal do Tocantins. – “Deixo claro a minha preocupação quanto à Universidade Federal do Tocantins, do meu Estado, a mais nova do Brasil, é enorme, pois ela já passa por muitas dificuldades e essa greve só vem agravar a situação”, disse Halum.
Outro ponto forte do discurso de César Halum, foi a analise sobre o quadro salarial do Brasil. Segundo ele o caos está instalado na hierarquia salarial.”Hoje, vemos porteiro de Tribunal ganhar duas vez mais do que médico; motorista ganhar mais do que professor de universidade federal; diretor de Banco do Brasil ganhar mais do que Presidente da República. É preciso organizar a questão funcional, os servidores, para que tenham salários justos e bons serviços prestados à população”, argumentou.
Professores sem estrutura
Halum informou que o quadro é alarmante e que existem instituições sem professores, sem laboratórios, sem salas de aula, sem refeitórios ou restaurantes universitários, até sem bebedouros e papel higiênico, afetando diretamente a qualidade do ensino. – “Ninguém deveria ser submetido a trabalhar, a ensinar ou a aprender num ambiente assim. Sofrem professores, estudantes e técnicos administrativos das Instituições Federais de Ensino. E num olhar mais amplo, sofre todo o povo brasileiro”, asseverou.
Entenda
A greve começou em 17 de maio, e atualmente professores de 49 instituições federais de ensino superior paralisaram as atividades: 46 universidades (cerca de 80% do total) e três dos 40 institutos ou centros federais de educação tecnológica, segundo dados do MEC, estão parcial ou totalmente parados. Estudantes de 19 das 46 universidades também entraram em greve para pedir melhores condições de ensino. Segundo Halum, a greve afeta mais de 1 milhão de alunos.
“Os docentes pleiteiam mudanças nos níveis da carreira, elevação do piso – para o salário mínimo do Dieese, atualmente calculado em R$ 2.329,35 -, incorporação de gratificações e unificação entre professores do ensino superior e da educação básica das IFES. Os professores e servidores protestam ainda contra as mudanças estabelecidas pela MP 568, que fixa valores nominais para os adicionais de Insalubridade e Periculosidade. Por isso convidamos todos a se juntarem à nossa luta. Essa batalha não é só dos professores, mas de todos aqueles que desejam um país digno e uma educação pública, gratuita e de qualidade. O Governo precisa abrir ao dialogo e parar de querer resolver demandas por categorias (PEC´s), fazendo da Constituição uma verdadeira colcha de retalhos”, concluiu o deputado. (Fonte: Da Assessoria)