Inmetro testa marcas de whey protein. Confira
Atenção, consumidor! Principalmente você que frequenta academia! O Inmetro testou os suplementos alimentares à base de proteína mais consumidos por quem é atleta ou pega pesado na malhação. Será que eles são confiáveis?
Na academia, onde tem gente puxando ferro, está aquela garrafinha cheia de whey protein!
“Whey protein é um suplemento derivado do soro do leite. E ali no soro do leite você tem uma grande quantidade de proteínas, aminoácidos diversos. Os anabolizantes são produtos derivados de hormônios sintéticos. Ou seja, da testosterona, do hormônio masculino”, destaca a nutricionista Monica Dalmacio.
O Teste do Inmetro foi para saber se esses suplementos têm mesmo proteína.
“Houve um grande aumento no consumo desse produto. Além disso, algumas denúncias foram sinalizadas por parte de alguns distribuidores e com isso houve um grande número de pedidos para nós do Inmetro que fizéssemos a análise dos suplementos proteicos”, diz o analista executivo do Inmetro Walace Cestari.
No mercado existem diversos tipos diferentes de whey protein. Mas para esse teste foram analisadas 15 marcas de whey protein concentrado, que é a versão mais consumida desse suplemento.
São elas: EAS, Body Action, Probiótica, Integral Médica, STN Steel Nutrition, Solaris, Voxx, Dynamic lab, Maxx Titanium, DNA, Universal, Met-Rx, Sportpharma, New Millen e Nature’s Best.
Confira o relatório completo do Inmetro aqui!
Para ser considerado whey protein, o produto deve apresentar, no mínimo, 10 gramas de proteína por porção. O primeiro teste avaliou justamente isso. E todas as marcas foram aprovadas.
Uma coisa é ter o mínimo de proteína. Outra coisa é apresentar a quantidade de proteína escrita no rótulo. Nesse segundo teste, duas marcas foram reprovadas por terem quase 30% menos proteínas do que o anunciado: a Solaris e a Voxx.
O terceiro teste constatou que todos os whey protein concentrados têm carboidratos na composição. Mas das 15 marcas, 11 tinham quantidades bem diferentes do que estava no rótulo.
No caso da Voxx, essa diferença era de 300%. Ou seja, quatro vezes mais do que o anunciado.
Vamos para mais um teste: o da origem da proteína. Por ser derivada do soro do leite, em tese, a proteína deveria ser de origem animal. O whey da marca DNA também tinha proteínas do trigo e da soja.
“Economicamente ela teria um valor menor, então também o consumidor está sendo lesado.”, destaca Valnei Cunha.
“Foi adicionada proteína da soja, esse produto foi fraudado. Eu não posso utilizar um suplemento de origem vegetal e dizer que esse suplemento é a proteína do soro do leite. Você vai pagar gato por lebre”, diz a nutricionista Monica Dalmacio.
Foram encontradas, ainda, substâncias não declaradas nas fórmulas dos whey protein.
Em cinco marcas havia cafeína: EAS, Probiótica, STN, Maxx Titanium e Sportpharma.
No teste para ver se os rótulos estavam corretos, 11 marcas foram reprovadas. Resultado final: um fiasco: 14 das 15 marcas foram reprovadas.
As respostas dos fabricantes foram as mais diversas.
Sobre a rotulagem:
EAS, Body Action, Integral Médica, Dynamic Lab, DNA, Universal, Sportpharma, New Millen e Nature’s Best disseram que já corrigiram ou vão corrigir os erros.
A Maxx Titanium e a STN Nutrition não se explicaram sobre os problemas detectados. Assim como a DNA, a única que apresentou proteína que não era do soro do leite.
Em relação à presença de cafeína, todos os reprovados nesse quesito se justificaram alegando que a cafeína veio do cacau usado como matéria-prima do whey protein.
Sobre as diferenças na quantidade de proteína e de carboidrato, a EAS, a Probiótica, a Integral Médica, a STN, a Universal e a Sportpharma questionaram a metodologia usada pelo Inmetro.
A Solaris também questionou, mas disse que recolheu o lote testado.
A New Millen disse que não vê problema no fato do whey protein ter carboidrato acima da margem de erro de 20%.
Já a Voxx, que tinha 300% mais de carboidrato no whey e quase 30% menos proteína, discordou dos resultados.
E a Nature’s Best disse que vai se adequar às normas do produto.
E atenção, consumidor, para o alerta dos nutricionistas!
“O whey protein ele é um produto pra quem é praticante de atividade física de pelo menos intensidade muito grande. Se você começar a utilizar grandes doses por períodos prolongados, isso é uma sobrecarga para o rim e para o fígado muito grande. Posso vir a ter um problema no fígado e um problema renal grave”, destaca a nutricionista.
(G1)