Irmão assume morte de blogueira paquistanesa: ‘Claro que estrangulei’
O assassinato de Qandeel Baloch, de 26 anos, considerada a primeira mulher a se tornar uma celebridade das mídias sociais no Paquistão por seus vídeos de contestação aos costumes locais, repercutiu no país e no mundo, neste fim semana. A morte, praticada pelo irmão da vítima, que foi preso, chocou o país. No entanto, Muhammad Waseem diz que não se arrepende do que fez. As informações são do “Daily Mirror”.
Muhammad Waseem contou à polícia que foi um “crime de honra”. Ele usou um tablet para atrair a atenção da irmã, então, a dominou e estrangulou.
“Eu não tenho arrependimentos. Em todo o caso, o comportamento dela foi inaceitável”, disse Waseem numa conferência à imprensa local organizada pela polícia, acrescentando detalhes da execução: “Sim, claro que eu a estrangulei. Nós estávamos no térreo enquanto os nossos pais estavam dormindo no segundo andar. Foi por volta de 22:45 quando eu dei a ela um comprimido e depois a matei”.
Baloch, cujo nome verdadeiro era Fauzia Azeem, ganhou fama por suas mensagens do Facebook com a intenção de quebrar tabus sociais. As mensagens eram condenadas pelos conservadores.
Waseem contou que matou sua irmã devido aos seus posts nas mídias sociais, considerados ousados, que incluiam uma série de posts com um clérigo muçulmano de destaque, Abdul Qavi. Em um vídeo, Qandeel Baloch aparece sentada no colo do clérigo, relata o “Daily Mirror”.
Azhar Ikram, chefe de polícia de Multan, onde Baloch foi morta, contou que mais de 500 pessoas – quase todas as mulheres – morrem no Paquistão a cada ano em crimes semelhantes, geralmente praticados por membros da família para puni-las por “trazer vergonha para a comunidade”.
Após a morte de Baloch, centenas de paquistaneses pediram uma revisão de uma lei, que abre uma brecha na punicão e permite que os membros da família perdoem os assassinos.
(EXTRA)