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Justiça determina que funcionários dos Correios voltem ao trabalho

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O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que os funcionários dos Correios em greve retornassem ao trabalho ontem, 28. A decisão foi tomada na tarde dessa quinta-feira, 27, quando o TST julgou o dissídio coletivo da categoria em sessão extraordinária. O tribunal determinou que Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) deve conceder 6,5% de reajuste aos funcionários, retroativo a primeiro de agosto.

Os Correios ofereciam reajuste de 5,2%, mas os funcionários pediam mais. A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), que representa 31 das 35 regionais, pedia 43,7% de reajuste. O grupo dos “Sindicatos Unificados”, reunindo os trabalhadores dos Correios da capital paulista e região metropolitana; de Bauru, no interior de São Paulo, e dos Estados do Rio de Janeiro e Tocantins, solicitava 10,2% de aumento salarial.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Correios e Telégrafos do Tocantins (Sintect), José Rufino, a categoria volta ao trabalho satisfeita, diferente do que ocorreu na paralisação do último ano. “Os números poderiam ser melhores, mas estamos satisfeitos porque houve um aumento real no nosso salário e o plano de saúde, que era a principal preocupação, permanece inalterado”, justifica.

COMPENSAÇÃO
Além de fixar a volta ao trabalho a partir de hoje, o TST estabeleceu que deverá haver compensação dos dias não trabalhados. O início da greve não ocorreu ao mesmo tempo em todas as 35 unidades regionais. Os primeiros pontos entraram em greve em 11 de setembro. Foi firmado também ontem que não haverá desconto dos dias parados. Essa compensação dos dias de paralisação deverá ser feita no prazo de seis meses, determinou o tribunal.

Segundo a assessoria dos Correios, o impacto anual com o reajuste de 6,5% estabelecido nesta quinta é de R$ 602 milhões ao ano. A folha total anual é de R$ 8 bilhões. Também segundo a mesma assessoria, a empresa tem cerca de 120 mil servidores e, desse total, havia 11.825 funcionários parados, ou seja, cerca de 10% do total de empregados.



RETORNO

José Aparecido Gandara, do sindicato dos funcionários dos Correios de Bauru, disse que será automático o retorno ao trabalho, referindo-se ao grupo dos Sindicatos Unificados. Ele informa que esses quatro sindicatos reúnem 40% dos trabalhadores dos Correios e respondem por 68% do tráfego postal.
O secretário-geral do Fentect, Edson Dorta, entretanto, informou que primeiro precisará consultar os trabalhadores. Se os funcionários não voltarem ao trabalho, cada sindicato receberá multa diária de R$ 20 mil. Além disso, a greve será declarada abusiva. (Da Agência Brasil)

(Portal O Norte)