Kátia Abreu vai a Pequim e apresenta nova Plataforma de Gestão Agropecuária brasileira
A nova Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA) facilitará o acesso às informações sobre os produtos brasileiros importados pela China, afirmou nesta terça-feira, 24, em Pequim, na China, a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (PSD), em reunião com o vice-ministro da Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena (AQSIQ), Wei Chuanzhong. A AQSIQ é responsável pela fiscalização dos produtos agrícolas consumidos no país, sejam eles importados ou produzidos internamente.
Segundo a assessoria de imprensa de Kátia Abreu, com a PGA, o Brasil terá a maior plataforma do mundo voltada para a gestão de dados da pecuária de corte, com informações centralizadas pelo governo federal. O vice-ministro avaliou como positivo o novo modelo desenvolvimento pela CNA a pedido do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Ao reiterar as palavras da senadora Kátia Abreu, Wei Chuanzhong afirmou que a Plataforma contribuirá para que haja mais segurança na emissão dos documentos necessários para garantir a qualidade dos produtos brasileiros.
A PGA é uma base de dados única, que servirá de suporte não apenas para o protocolo de certificação sanitária e de qualidade para o comércio de carne bovina entre o Brasil e a União Européia, como também para futuros protocolos com os demais países, a exemplo da China e do Chile.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil na área agrícola. Na reunião, o vice-ministro afirmou que foram fechados nos últimos anos vários acordos de cooperação entre Brasil e China visando o desenvolvimento do setor agropecuário dos dois países e que há interesse na negociação de outros protocolos.
Iniciativas chinesas
Tecnologias e incentivo para adesão a novas práticas direcionadas ao crescimento da produção agropecuária e investimentos em infraestrutura e pesquisa, além de políticas públicas voltadas para a diminuição da pobreza no campo são algumas das iniciativas desenvolvidas pela China para incentivar o setor agropecuário local. Essas características foram apresentadas nesta terça,24, em Pequim, na China, pela vice-ministra da Agricultura, Zhang Yuxiang, à presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu. “Os dois países são grandes produtores mundiais de alimentos e são importantes em termos de comércio, mas enfrentam problemas parecidos, como os relacionados à pobreza rural”, afirmou a presidente da CNA.
Em relação à extensão rural, a senadora Kátia Abreu lembrou que a CNA defende esse instrumento como forma de aumentar a produtividade da atividade, reduzindo a pobreza rural. Contou que o Brasil está desenvolvendo um novo modelo de extensão rural baseado na meritocracia, que garantirá uma renda adicional aos técnicos de extensão que consigam ampliar a renda dos produtores, especialmente para aqueles das classes D e E, que reúnem 3,6 milhões de agricultores. Apesar dessas classes reunirem o maior número de produtores – 3,6 milhões de propriedade de um total de 5,175 milhões em todo o Brasil, esse grupo tem renda de apenas US$ 100 por hectare ao ano.
“A ideia é que cada assistente cuide de 50 famílias, repassando conhecimento aos produtores, em especial aos pequenos”, afirmou a senadora Kátia Abreu. Na reunião, a vice-ministra da Agricultura, Zhang Yuxiang, contou que o governo da China adotou, nos últimos anos, uma série de políticas em benefícios dos produtores rurais, voltadas especialmente para o aumento da renda. Entre 2006 e 2011, a renda dos agricultores da China cresceu 13% ao ano, para 6.977 yuans (US$ 1.105) em 2011. Nos últimos anos, o número de produtores pobres caiu de 94 milhões para 26 milhões, segundo dados de 2010. Lembrou que a China foi o primeiro país a cumprir uma das metas do milênio de redução da pobreza. “Além disso, a China investiu muito em infraestrutura, especialmente no acesso à água potável, energia e educação”, afirmou. A China também estabeleceu um sistema de pagamento de salário mínimo aos agricultores, política que beneficia 53 milhões de pessoas que vivem no campo.
Sistemas de irrigação e a aqüicultura também foram discutidos na reunião. A presidente da CNA lembrou que o Brasil tem 29 milhões de hectares irrigáveis, mas exploramos apenas 5,6 milhões de hectares. Na China, esse potencial é muito explorado. De acordo com as autoridades locais, são explorados 60 milhões de hectares, área que representa 50% da terra cultivável da China. Nessa área, são produzidos 75% da produção de alimentos. A vice-ministra propôs a troca de informações e tecnologia entre Brasil e China nessa área.
O Ministério da Agricultura da China também sinalizou interesse em cooperar com o Brasil em aqüicultura. A China é grande produtor de pescado, marca que foi atingida a partir de políticas de estímulo à produção e à comercialização de pescados, além de inovação tecnológica. A China possui sete milhões de hectares ocupados com a criação aquática, sendo 2.080 milhões são de água do mar e o restante de água doce. Em 2011, foram produzidas 55 milhões de toneladas de produtos aquáticos, sendo 40 milhões de toneladas cultivados e 15 milhões de toneladas de pescados.
(CleberToledo)