Lula se reúne com ministro Mauro Vieira para discutir deportação de imigrantes dos EUA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizará uma reunião crucial com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, na manhã desta segunda-feira (27). O encontro, marcado para as 10h30, tem como foco principal a discussão sobre as deportações de imigrantes brasileiros pelos Estados Unidos e a possível participação de Lula em uma reunião de emergência convocada pela Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Contexto das deportações e tratamento dos imigrantes
Na última sexta-feira (24), um voo com 158 pessoas deportadas pelos Estados Unidos chegou ao Brasil, sendo 88 delas imigrantes ilegais brasileiros. Esses cidadãos relataram uma série de situações preocupantes durante o transporte, incluindo problemas de alimentação, falhas técnicas na aeronave, além de maus-tratos e agressões.
Uma denúncia que causou indignação foi o fato de os brasileiros serem transportados algemados, algo que o Ministério da Justiça classificou como “flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”. Assim que desembarcaram no Brasil, foi ordenada a retirada imediata das algemas.
O papel do Ministério das Relações Exteriores e a reunião da Celac
Após as denúncias dos imigrantes, o Ministério das Relações Exteriores condenou o tratamento como “degradante” e informou que solicitará explicações formais ao governo dos Estados Unidos. Nesse cenário, a Celac convocou uma reunião emergencial para o próximo dia 30, a fim de abordar a questão das deportações em âmbito regional.
O encontro, organizado por Honduras, que atualmente preside o bloco, ocorrerá em formato híbrido. Isso significa que Lula poderá participar remotamente, embora haja a possibilidade de que Mauro Vieira viaje pessoalmente ao evento.
O retorno do Brasil à Celac
A discussão ganha um peso político relevante, considerando que o Brasil deixou a Celac durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e retornou ao bloco em 2023, no início do atual mandato de Lula. A reintegração ao bloco reafirma o compromisso do país com o fortalecimento da diplomacia regional e o diálogo com os países vizinhos sobre questões humanitárias e políticas.
Fonte: AF Noticias