Madeireiros invadem Ilha do Bananal e cortam árvores de mais de 100 anos de idade
O Instituto Indígena do Tocantins (INDTINS) repudiou, em nota, a ação de madeireiros ilegais que vem acontecendo nos últimos anos nas terras indígenas na Ilha do Bananal, situada na região oeste do estado.
A Ilha do Bananal é a maior ilha fluvial do mundo, área de proteção ambiental, faz parte do Parque Nacional do Araguaia e é onde habitam os povos Iny, Karajá, Javaé e Ava Canoeiro.
“Está entrando dentro do nosso território, da nossa casa, né? E a gente não pode falar nada, a gente não pode nem sequer pedir para se retirar porque ainda pode ter violência contra a gente”, contou a indígena Ariele Karajá.
Nesta quarta-feira (21), uma reportagem do Jornal Nacional mostrou que uma força-tarefa da Funai e da Polícia Ambiental está há uma semana combatendo invasores que retiram madeira nobre da ilha.
As árvores nobres mais procuradas pelos madeireiros, dentro da Ilha do Bananal, são as que tem grande volume e maior rendimento, como um jatobá de mais de 100 anos de idade.
Este tipo de desmatamento, conforme o instituto, além de destruir o meio ambiente, agride diretamente os povos indígenas, invadindo suas terras e desrespeitando o meio onde vivem e protegem.
“Infelizmente, é notável o crescente desrespeito e crimes ambientais nos últimos anos, o que interfere diretamente na vida dos povos indígenas em todo o território brasileiro. Ações estas ocasionadas por ausência de gestão por parte da Funai e, consequentemente, pelo Governo Federal, especialmente na gestão do presidente Jair Bolsonaro”, frisou.
O instituto ainda disse esperar que todos os madeireiros ilegais ou aqueles que cometem crimes ambientais sejam devidamente punidos “por estes atos repugnantes”.
A área, de 20 mil quilômetros quadrados, preserva uma natureza quase intocada e abriga uma das maiores populações indígenas do Tocantins.
A Ilha do Bananal também faz parte do Parque Nacional do Araguaia e, para os ambientalistas, tem uma relevância nacional e precisa ser preservada.
“Não só em relação a biodiversidade que é extremamente relevante, mas em relação a demonstração de que há um interesse nacional em se preservar áreas ambientalmente relevantes. Então a gente tem a necessidade de demonstrar que essas unidades de conservação vão permanecer como unidades de conservação. Preservando a biodiversidade para as presentes e futuras gerações”, afirmou Roberta Del Giudice, do Observatório do Código Florestal.
Fonte: AF Noticias