Mãe denuncia negligência médica na UPA de Araguaína após morte da filha: ‘gritei por socorro’
A jovem Gardênia Pereira denunciou ao AF Notícias suposta negligência por parte da equipe médica da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Araguaína que resultou na morte de sua filha de apenas 1 ano e 11 meses.
O caso ocorreu no dia 17 de setembro deste ano. A mãe disse que levou a filha Karyne Gonçalves à UPA depois que ela começou a vomitar e ter febre e que a médica teria receitado dipirona e soro. Exames de sangue apresentaram alteração nos resultados, mas a médica disse, segundo a mãe, que não era era nada grave e deu alta para a paciente.
“Minha filha chegou em casa pior. Eu peguei minha filha e levei de volta para a UPA e demoraram atender. Ela ficou em observação, começou a vomitar sangue muito preto e eles [equipe médica] chegaram a dizer que não era sangue. Eu gritei por socorro porque estava vendo minha filha morrer e pedi que ela fosse transferida para o Hospital Municipal, mas foi tarde demais! Minha filha começou a ter várias paradas cardíacas ainda dentro da ambulância”, contou a mãe.
A pequena Karyne Gonçalves não resistiu e morreu. A mãe acredita que a filha poderia ter sobrevivido se a equipe médica tivesse feito uma avaliação correta dos exames e realizado a transferência com urgência para o Hospital Municipal.
“Já fiz o boletim de ocorrência por homicídio e estou denunciando o caso no Ministério Público Estadual para que isso não aconteça com outras crianças. Dói muito, é uma dor insuportável essa que estou passando hoje. Não tenho minha filha por causa de médicos incompetentes”, desabafou.
A mãe aguarda o resultado do laudo do IML, que deve apontar a causa da morte da criança.
Outro Lado
Ao AF Notícias, o Instituto Saúde e Cidadania (ISAC), responsável pela gestão da UPA, afirmou que Karyne Gonçalves foi submetida a todos os protocolos internos nos dois momentos em que deu entrada na unidade (classificação amarela, exames clínicos, exames laboratoriais, exames de imagem e medicação) e descartou qualquer nível de negligência durante todo o atendimento, conforme análise crítica feita pela Comissão de Revisão de Prontuário.
“Ressaltamos que a UPA é uma unidade de pronto atendimento e que o período de avaliação do paciente é de até 24 horas, havendo transferência mediante piora do quadro, conforme ocorrido com a paciente em questão, que foi referenciada ao Hospital Municipal de Araguaína. No HMA, a criança foi recebida e encaminhada para a ala de estabilização, onde o atendimento foi feito seguindo todos os protocolos. A paciente então foi transferida para a UTI Pediátrica, onde veio a óbito. Informamos ainda que os familiares podem ter acesso aos prontuários para verificação de todas as etapas do atendimento”, afirmou o ISAC.