Mães desempregadas decidem abrir o próprio negócio e viram catadoras de piolhos
Duas mães decidiram abrir o próprio negócio após não conseguirem emprego em Palmas. Amigas há mais de dois anos, Keila Maria Borges, de 33 anos, e Rosângela Guerreiro, de 50 anos, agora trabalham juntas catando piolhos em crianças. O serviço é feito na casa de uma delas. “Decidimos que poderíamos ajudar ganhando dinheiro”, disse Keila.
A ideia partiu de Keila. Mãe de 3 filhos, a mulher já foi dona de uma distribuidora de bebidas, em Gurupi, e se viu na obrigação de encontrar um novo emprego após mudar de cidade e ter um novo bebê.
Já Rosângela, que trabalhava em uma construção, ficou sem emprego após a obra ser finalizada. “Eu chamei ela e ela aceitou. Eu pensei que as mães trabalham muito e já têm muitas obrigações. Muitas não têm tempo catar dos filhos, mas nós temos”, explicou Keila.
Elas começaram a produzir folhetos com o anúncio: ‘Deixamos a cabeça do seu filho limpa’. As mensagens foram fixadas em paredes de prédios e distribuídas nas portas de escolas infantis da capital.
Para contratar o serviço os pais devem entrar em contato, marcar um horário e levar o filho até a casa. São cobrados R$ 50 por pessoa e as catadoras garantem que o trabalho é bem feito. “A gente cata mesmo só com a mão, com a habilidade que a gente tem, e com o pente fino. Não usamos nenhum tipo de remédio porque algumas crianças são alérgicas”, disse.
As mulheres contam que quando começaram a divulgar o trabalho e expor a ideia foram criticadas, principalmente nas redes sociais.
Keila diz que os clientes começaram a aparecer e algumas estão agendando horários. Segundo ela, se tudo der certo, o negócio será ampliado.”Estamos começando do nada, mas vamos alugar uma sala e fazer algo maior”, finalizou.
Amigas marcam horários com clientes pelas redes sociais — Foto: Arquivo pessoal
Fonte: g1 tocantins