Mais de 300 transplantes de córneas foram realizados no Tocantins; 196 pessoas estão na fila
O transplante de córnea é o procedimento cirúrgico indicado para os casos em que há alteração na transparência ou formato da córnea e em alguns casos de infecção grave.
No Tocantins, pacientes contam com o Banco de Olhos (BOTO), que atua na busca de doadores e preservação de tecidos oculares que serão disponibilizados à Central Estadual de Transplantes (CETTO), para distribuição, que possibilita a realização de transplantes que atendam a demanda do Estado e do país.
O Banco de Olhos do Tocantins foi criado em 2016 e até agora, foram realizados 329 transplantes de córneas. Do total, 57 foram realizados em 2023 e o HGP é a referência no serviço. Atualmente, 196 pessoas estão na lista de espera para receber o transplante de córnea, que só pode ser doada após o óbito de um potencial doador, com idade entre 02 e 80 anos.
Segundo a médica oftalmologista e responsável pelo Banco de Olhos do Tocantins e pela equipe de transplante de córnea do HGP, Núbia Maia “para que cada córnea chegue ao paciente, um trabalho conjunto é desenvolvido pelo Banco de Olhos do Tocantins, pela equipe da Central Estadual de Transplante do Tocantins, Organização de Procura de Órgãos (OPO) e da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). O banco também recebe córneas que vêm de outros estados para pacientes que são transplantados aqui no Tocantins”.
A médica acrescentou que uma das causas de transplante de córnea é o ceratocone. “É uma doença na córnea que existe uma predisposição individual a desenvolver e os fatores ambientais. Ano passado houve um aumento do número de transplantes, mas existe uma fila crescente de pacientes que necessitam passar pelo procedimento. O número de doações não acompanha a fila, devido ao aumento da demanda de pacientes que necessitam de transplantes”, explicou.
O Romério Silva é um dos diversos pacientes do Hospital Geral de Palmas. “Antes do transplante eu tinha visão embaçada, devido a uma lesão que sofri na infância. Agora, após 30 anos, tive a oportunidade de fazer o transplante de córneas no HGP. Contei com todo suporte da equipe e consigo enxergar melhor, graças a alguém que dou as córneas”, contou Romério.
Autorização da família
Conforme a coordenadora da Central de Transplantes do Tocantins (CETTO), Suziane Aguiar Crateús Vilela. “É de suma importância que as pessoas falem com a sua família sobre o interesse em doar órgãos e tecidos, pois eles são os únicos que podem autorizar que o procedimento seja realizado. A doação é um ato nobre, é uma corrente do bem doar sem conhecer quem irá receber. É o sim para vida, sim que salva e transforma vidas”, disse.
A Josemara Sá foi uma familiar que autorizou a doação de órgãos da irmã. “Minha irmã amava ajudar ao próximo. Por esta razão, eu junto com meus irmãos resolvemos autorizar após abordagem da equipe que nos deu confiança e falou que a doação iria ajudar outras pessoas”, declarou.
Fonte: AF Noticias